O Governo da Madeira fará "tudo aquilo que estiver ao seu alcance" para manter a ligação marítima de passageiros entre o arquipélago e o continente, mas nunca poderá suportar o custo da operação sozinho, disse hoje o vice-presidente do executivo.
"O que pretendemos é manter esta operação o ano inteiro e de preferência com Lisboa, não com Portimão", afirmou Pedro Calado, no porto do Funchal, no momento em que o navio ferry "Volcán Volcán de Timanfaya" se preparava para zarpar rumo ao Algarve, assinalando a primeira de 12 viagens que vai realizar até setembro.
O navio da empresa espanhola Naviera Armas foi fretado pela Empresa de Navegação Madeirense, a quem o Governo Regional concessionou a exploração da linha por três milhões de euros, durante os três meses de verão, à semelhança do que aconteceu no ano passado.
"O Governo Regional fará tudo aquilo que estiver ao seu alcance para a manutenção desta linha e até para ter a linha durante o ano inteiro, agora o que nós não podemos fazer é suportar única e exclusivamente com o erário do Governo Regional", afirmou Pedro Calado.
O governante criticou o executivo nacional por não estar a cumprir o princípio da continuidade territorial ao nível da mobilidade marítima, lamentando que ainda não tenha adaptado à região autónoma qualquer modelo de subsídio.
"O que está aqui em causa não é o custo por passageiro. O que está aqui em causa é o princípio da liberdade e da continuidade territorial entre a Madeira e o continente. Não temos culpa de ser e de estar numa ilha", disse.
Os residentes pagam 29,10 euros por uma viagem entre Funchal e Portimão, sendo possível viajar em camarote – o navio dispõe de 56 – a partir de mais 10 euros.
Para estudantes a viagem custa 25,50 euros e o preço por viatura é de 125 euros, ao passo que um bilhete para não residente se cifra em 85 euros.
"Montar uma operação destas apenas por três meses não é fácil, custou três milhões de euros e é toda suportada e financiada pelo Governo Regional", sublinhou Pedro Calado.
C/Lusa