O início da distribuição da ajuda, que se encontra em Cúcuta, no norte da Colômbia, junto à fronteira com a Venezuela, foi anunciada pela Unidade Nacional para a Gestão de Risco de Desastres colombiana, num comunicado divulgado na quinta-feira.
"Enquanto continuar bloqueada a entrada na Venezuela de suprimentos armazenados na Colômbia pela USAID [Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional], e tendo em conta os compromissos estabelecidos com o Governo colombiano, mantém-se a colaboração com os Estados Unidos para assegurar que a ajuda alimentar chega às pessoas que precisam", indicou.
A distribuição de alimentos "será feita na Colômbia a venezuelanos que fugiram da crise humanitária no seu país, assim como a outras populações colombianas vulneráveis", e vai "decorrer em pontos onde os parceiros identificaram necessidades críticas, ainda por atender", precisou.
A mesma nota sublinhou que "os Governos da Colômbia, Estados Unidos e interino da Venezuela continuam a trabalhar em conjunto para prestar assistência à população venezuelana afetada pela crise económica e política no país".
"Ao mesmo tempo que se mantém a colaboração com a comunidade internacional para encontrar maneiras de prestar assistência segura à população venezuelana, têm sido avaliadas novas estratégias para que a ajuda humanitária, previamente armazenada na Colômbia, possa chegar às populações que dela necessitam", indicou.
Segundo o Governo colombiano, os EUA têm mobilizado e transferido outros materiais, como conjuntos para emergências médicas, previamente armazenados em Cúcuta.
"O movimento desses suprimentos está a ser realizado e coberto diretamente pela USAID, através de estratégias já planeadas, para apoiar as populações venezuelanas na região, que se têm visto afetadas pela crise humanitária no seu país", sublinhou.
Em 23 de fevereiro último, forças leais ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, impediram a entrada no país de 600 toneladas de ajuda de ajuda humanitária, parte da qual enviada pelos Estados Unidos, pelas fronteiras terrestres com a Colômbia e o Brasil.
Dois camiões com ajuda humanitária foram incendiados na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia. Pelo menos quatro pessoas faleceram em confrontos e 285 ficaram feridas.
Na altura, Caracas negava a existência de uma crise humanitária no país.
A crise política no país agravou-se em 23 de janeiro, quando o opositor Juan Guaidó jurou assumir as funções de Presidente interino, prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.
Na madrugada de 30 de abril, um grupo de militares manifestou apoio a Guaidó, que pediu à população para sair à rua e exigir uma mudança de regime, mas não houve desenvolvimentos na situação até ao momento.
Nicolás Maduro, de 56 anos e no poder desde 2013, denunciou as iniciativas do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderado por Washington.
À crise política na Venezuela soma-se uma grave crise económica e social, que já levou três milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, de acordo com dados das Nações Unidas.
C/ LUSA