Em declarações aos jornalistas à margem de um exercício militar internacional de forças de operações especiais que decorre em Porto Santo, o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro, afirmou que os militares das forças especiais acompanharão a força nacional destacada atualmente no Iraque, que chegou em maio, numa missão de assistência militar.
As equipas, treinadas em Lamego, "vão garantir a segurança dos nossos militares e dos militares espanhóis", disse o responsável das Forças Armadas.
Portugal já tem militares das operações especiais no Afeganistão, que trabalham com forças afegãs no apoio às suas operações.
Militares da Força de Operações Especiais do Exército estão entre os cerca de 200 homens que participam até dia 01 de junho no primeiro exercício exclusivo destas forças organizado por Portugal, o SOFEC (‘Special Operations Forces Exercise Challenge’), que Silva Ribeiro pretende que seja anual, sempre na Região Autónoma da Madeira.
Na primeira edição, participam militares do Exército, Marinha, Força Aérea, GNR, equipas de Espanha, Roménia e Timor-Leste e observadores de França e Brasil.
Numa demonstração no Porto Santo que envolveu um helicóptero Merlin e um avião de transporte C295 da Força Aérea, a placidez do Miradouro da Portela foi interrompida pela descida em rapel de uma equipa que veio simular o resgate de um refém de alto nível.
Sem sobressaltos, o refém foi içado para o helicóptero, enquanto na baía em frente à praia de Porto Santo lanchas de alta velocidade, o navio de patrulha oceânica Sines, o navio de patrulha costeira Tejo e duas largadas de para paraquedistas a partir de um C295 proporcionaram um espetáculo diferente aos poucos turistas a banhos na ilha.
"Treinando como se combate consegue-se o nível de resistência ‘física e psicológica’ dos militares das operações especiais [Força de Operações Especiais do Exército e Destacamento de Operações Especiais da Marinha], que têm programas intensíssimos e são os que mais treinam nas Forças Armadas Portuguesas", disse.
O Estado-Maior General escolheu a região autónoma da Madeira para ser o palco anual dos exercícios SOFEC porque num espaço geográfico pequeno existem "condições ímpares que não existem em mais nenhuma parte do território nacional".
No Porto Santo, é mesmo possível fazer fogo com o menor impacto possível "para a população e para o ambiente", indicou.
Montanha, mar, ar e malha urbana dão aos militares cenários para operações de vários tipos, numa "nova oferta das Forças Armadas portuguesas para os aliados da NATO" que torne Portugal "mais relevante no seio da Aliança Atlântica", salientou Silva Ribeiro.
LUSA