"No próximo sábado, 09 de março, faz quatro anos do decreto infame de Barack Obama que declarou que a Venezuela era uma ameaça extraordinária para a segurança dos EUA. Decretei o dia 09 de março como dia bolivariano do anti-imperialismo e vamos às ruas", disse.
O Presidente da Venezuela falava no Quartel da Montanha, em Caracas, onde repousam os restos do falecido líder socialista Hugo Chávez (que presidiu o país entre 1999 e 2013), por ocasião do sexto aniversário do seu falecimento.
Nicolás Maduro convocou ainda as mulheres para realizar, na sexta-feira, uma "grande mobilização" para assinalar o Dia Internacional da Mulher.
Por outro lado, pediu aos seus simpatizantes para que "não deem atenção" à oposição, para que continuem na sua "amargura", fazendo alusão ao regresso ao país, na segunda-feira, do autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
Maduro disse já ter passado por muitas "provas" e explicou que alguns venezuelanos "pensaram de má fé, traíram a revolução e hoje estão secos (vazios) na sua traição e solidão, sem povo, sem pátria e sem destino" sublinhando que "quem trai a (Hugo) Chávez está destinado a ficar seco".
"Aqui estamos, vitoriosos, em pé, enfrentando uma das maiores batalhas épicas que poderíamos imaginar. Enfrentando os poderes mundiais do imperialismo norte-americano", disse.
Na segunda-feira, perante milhares de simpatizantes, em Caracas, o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, convocou os venezuelanos para marcharem, no sábado, pela liberdade, insistindo que tem uma rota definida para o país, da qual faz parte "o fim da usurpação, um governo de transição e eleições livres".
No próximo sábado, disse, "toda a Venezuela voltará às ruas em busca de liberdade".
O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, chegou na tarde de segunda-feira ao aeroporto internacional de Caracas, onde foi recebido por uma multidão composta por apoiantes e embaixadores de vários países europeus e latino-americanos, segundo imagens transmitidas em direto.
Entre os embaixadores europeus estava o de Portugal, Carlos Nuno Almeida de Sousa Amaro, confirmaram fontes diplomáticas à agência Lusa.
Guaidó, reconhecido Presidente interino venezuelano por cerca de 50 países, regressou à Venezuela após um périplo de uma semana por vários países daquela região.
Ao fazer essa viagem, o líder da oposição contornou a proibição de saída do país decretada pela justiça venezuelana por estar em curso uma investigação relacionada com a sua autoproclamação como presidente interino, arriscando-se a ser detido quando regressasse à Venezuela.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
C/LUSA