“Esperamos que o papa nos dê uma boa notícia para o povo venezuelano e que apoie este eixo de esperança, esta nova era, afirmou à agência noticiosa Efe o venezuelano residente no Panamá Victor Soler, um entre os milhares de pessoas que saíram à rua na quarta-feira para receber o papa.
Francisco, o primeiro papa latino-americano, chegou ao Panamá na quarta-feira para participar nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) e percorreu vários quilómetros da cidade no papamóvel, acenando aos milhares de pessoas que o acolhiam.
“Estou segura que vai pedir um milagre pela Venezuela e vamos dar graças por tudo o que de positivo se vá passar”, disse Luisa Járica, uma venezuelana que vive há quatro anos no Panamá.
O líder do parlamento da Venezuela autoproclamou-se quarta-feira Presidente interino daquele país latino-americano, num ato perante milhares de seguidores em Caracas, por considerar “ilegítimo” o mandato de Nicolás Maduro.
O jovem deputado, de 35 anos, protagonizou o maior desafio que Maduro enfrentou desde que ascendeu ao poder, em 2013, e imediatamente depois recebeu o apoio dos Estados Unidos da América e Canadá e da maioria dos países latino-americanos, com exceção do México, Bolívia e Cuba.
Efrén Montón, proveniente de Maracaibo, disse que espera que a aposição protagonizada por Guaidó tenha o mesmo desenlace do que o golpe de Estado de 1958, que também acabou com a ditadura do general Marcos Pérez Jiménez.
“Quando comemoramos 61 anos daquele 23 de janeiro de 1958, esperamos os mesmos resultados de então: ver sair este regime que tem 20 anos e que converteu num desastre um país tão próspero. Peço a Deus uma pronta solução para o meu país e que seja pacífica”, apelou.
O papa, que permanecerá no Panamá até domingo, nesta que é a sua primeira viagem à América Central, já se referiu várias vezes à crise na Venezuela desde há anos e já pediu à partes que resolvam o problema através do diálogo e por via pacífica.
“Não é nada fácil para o papa esta situação. Ele não é uma pessoa política e tem que tratar de manejar-se entre duas águas, mas nós estamos muito esperançados e pedimos a Deus que aclare esta situação”, declarou Carmen Polito, que emigrou da Venezuela há apenas quatro meses.
Devido à sua pujança económica e à sua estabilidade sociopolítica, o Panamá tem sido nos últimos anos um destino eleito por milhares de venezuelanos que fogem da grave crise política, social e económica que se vive no seu país.
A jovem Adriana Rodriguéz lamentou a atitude “imparcial” da igreja Católica venezuelana durante o conflito venezuelano e pediu ao clero do seu país para “ser mais contundente contra a ditadura”
Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
"Levantemos a mão: Hoje, 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação [da Presidência da República], um Governo de transição e eleições livres", declarou, num dia marcado por protestos contra Nicolás Maduro por todo o país, que fizeram pelo menos sete mortos.
O engenheiro mecânico de 35 anos tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 03 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.
C/ LUSA