A fuga do magistrado foi confirmada pelo STJ que adiantou estar em curso uma investigação contra Christian Tyrone Zerpa por alegado assédio sexual, atos lascivos e violência psicológica.
Christian Tyrone Zerpa, magistrado da Sala Eleitoral, uma das seis salas que compõem o STJ, chegou sábado aos EUA onde questionou que o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, vá assumir um novo mandado como Presidente da Venezuela.
"Decidi, conjuntamente com a minha família, sair da Venezuela, para não tomar conhecimento [formalmente] de uma ou outra forma, do Governo de Nicolás Maduro, que pretende prestar juramento perante o STJ", explicou o magistrado numa entrevista ao canal EVTV de Miami.
Maduro vai prestar juramento para um novo mandado presidencial perante o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), ao invés da Assembleia Nacional (AN) já que não reconhece legitimidade a este órgão.
Tyrone Zerpa diz que Nicolás Maduro "não merece uma segunda oportunidade" como Presidente da Venezuela e precisou que só agora se "revelou" contra o regime por temor a que tanto ele como a sua família fossem perseguidos e que agora sob a proteção da administração de Donald Trump espera "poder dar informação relevante" sobre o Governo venezuelano.
"Algumas pessoas têm medo, mas se olharmos as páginas web e as redes sociais, começam a haver vozes dissidentes. Espero aportar um grão de areia para que o grupo de está no poder reflita e entenda que há muitas pessoas descontentes", disse.
Por outro lado, frisou estar com a consciência tranquila e à espera que o Governo venezuelano o ataque, que o acuse de "corrupto".
Entretanto, num comunicado divulgado pelo STJ, o presidente daquele organismo, Maikel Moreno, afirma que o "ex-magistrado Christian Tyrone Zerpa, estava sob investigação desde 23 de novembro de 2018, devido a "queixas repetidas de funcionárias" contra "condutas indecentes e imorais para com um grupo de mulheres" do seu gabinete.
Segundo o STJ o ex-magistrado "fugiu do país valendo-se da prerrogativa constitucional que ostentava, para evitar a justiça e para que os seus crimes ficassem impunes.
A 28 de maio de 2018, o Governo do Canadá aplicou sanções contra 14 funcionários do Governo de Caracas, entre eles o então magistrado Christian Tyrone Zerpa.
C/ LUSA