O CDS no parlamento da Madeira afirmou hoje ser um “choque” que a percentagem de pessoas em risco de pobreza seja de 27%, considerando que está a ser criada “uma espécie de bomba relógio social” na região.
“Não vos choca que 27% dos madeirenses recebam menos de 468 por mês?”, questionou o deputado centrista Rui Barreto numa intervenção no período de antes da ordem do dia do plenário da Assembleia da Madeira.
O parlamentar disse ser um choque os estudos que “demonstram claramente que na Madeira, a pobreza cresce mais rápido do que a criação da riqueza”.
O deputado criticou que, na proposta do Plano e Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração da Região Autónoma da Madeira (PIDDAR), na ordem dos 680 milhões de euros para 2019, haja uma redução das verbas para a promoção da inclusão social e combate à pobreza em 11 milhões de euros.
Rui Barreto salientou que as propostas de alteração que o CDS/Madeira vai apresentar em sede de discussão do Orçamento Regional (OR/2019) têm como principais vetores a aposta no social, incentivo à produção regional e a competitividade e concorrência.
“Temos níveis muito elevados na nossa terra e temos de colocar como desígnio da ação política o combate à pobreza e exclusão”, sustentou.
O deputado argumentou que “os níveis de pobreza têm forçosamente de ser reduzidos, sob pena de estarmos a criar uma sociedade cada vez mais desigual e uma espécie de bomba relógio”.
O parlamentar também enfatizou que o Orçamento do Estado (OE/2019) para a Madeira “não foi o desejado porque o PS deu falta de comparência no Orçamento, tendo preferido perseguir os seus objetivos do que os da comunidade que representa”.
No seu entender, “nenhum assunto foi resolvido pelo Governo e os que foram resolvidos só o foram porque, felizmente, o executivo socialista não tem maioria”.
Rui Barreto salientou que, no OE/2019, “só foi possível reduzir os juros (poupança de 150 milhões de euros durante a vigência do contrato) e melhorar as verbas a serem transferidas para a construção porque o CDS, PSD e BE obrigaram”.
O deputado do CDS aproveitou para considerar “estranho o silêncio do candidato do PS”, Paulo Cafôfo, sobre esta matéria.
As propostas de Orçamento (1.928 milhões de euros) e PIDDAR (680 ME) serão discutidos na próxima semana, entre os dias 11 e 14 de dezembro, na Assembleia Legislativa da Madeira.
LUSA