"Os governos nos últimos anos fazem as suas políticas de sucesso, mas depois esse sucesso não resulta em benefícios para os trabalhadores", disse o coordenador da USAM, Adolfo Freitas, vincando que os problemas do país também são "sentidos" na região autónoma.
"E aqui temos a agravante de sermos uma região ultraperiférica e insular e de sofrermos as consequências do isolamento", realçou.
Adolfo Freitas indicou que, além das reivindicações comuns à CGTP, nomeadamente o aumento geral dos salários em 4% e a fixação do salário mínimo nos 650 euros, a União dos Sindicatos da Madeira reclama um acréscimo de 7% de subsídio de insularidade.
"Não é um valor elevado, porque cada vez mais temos menos poder de compra e estamos mais distantes dos restantes trabalhadores do espaço europeu", disse.
A arruada promovida pela USAM percorreu algumas ruas do centro da capital madeirense e terminou em frente à Assembleia Legislativa, onde Adolfo Freitas lembrou, entre outras questões, que no setor público há trabalhadores que não têm aumento salarial há dez anos.
"Esperamos que, até ao final do mandato [do governo socialista liderado por António Costa], este estado de coisas possa ser alterado para bem da contratação coletiva deste país", sublinhou.
Na ação nacional convocada pela CGTP para Lisboa eram esperados mais de 10 mil trabalhadores vindos de todo o país, em mais de 100 autocarros e em dois comboios provenientes do Porto, a par de dezenas de milhares oriundos da zona de Lisboa e arredores, que se deslocam em transportes públicos ou em transporte próprio.
A manifestação nacional da Intersindical decorre sob o lema "Avançar nos Direitos, Valorizar os Trabalhadores" e visa o combate às desigualdades, à precariedade e à desregulamentação dos horários de trabalho, a dinamização da contratação coletiva e a revogação da nova legislação laboral.
A central sindical reivindica o aumento geral dos salários de todos os trabalhadores em 4%, garantido um mínimo de 40 euros, a fixação do salário mínimo nos 650 euros em janeiro de 2019, o aumento das pensões de reforma, a defesa e melhoria dos serviços públicos e funções sociais do Estado.
LUSA