Em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República, que recebeu esta tarde, no Funchal, todos os partidos com representação na Assembleia Legislativa da Madeira, o dirigente do PSD-Madeira Tranquada Gomes adiantou que os sociais-democratas defendem a realização das eleições regionais em separado das eleições para a Assembleia da República.
"Não faz sentido que umas eleições regionais sejam perturbadas pelas questões nacionais, os temas são regionais, as propostas são regionais, os intérpretes são regionais e o PSD não quer contaminar esse debate com questões nacionais", disse Tranquada Gomes, sugerindo que as regionais decorrem “pelo menos uns 15 dias antes” das legislativas.
Também no final do encontro com o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, o líder do CDS da Madeira, Rui Barreto, informou que o partido não aceita que as duas eleições se realizam no mesmo dia.
"As eleições para o parlamento regional merecem toda a dignidade” e, por isso, devem decorrer com pelo menos 15 dias de intervalo.
O responsável centrista admitiu que possa colocar-se o mesmo cenário de 2015, ano em que as legislativas regionais aconteceram antes das nacionais.
O Juntos Pelo Povo (JPP) também defendeu que as eleições regionais decorram antes das nacionais, tendo sugerido a data de 22 de setembro, indicou o líder do partido, Élvio Sousa.
Pelo PS, o dirigente Emanuel Câmara disse que o partido defendeu junto do Presidente da República a data de 29 de setembro e revelou que os socialistas aceitarão “de bom-tom, que os atos fossem feitos em simultâneo”.
"Esta é uma oportunidade de, em simultâneo, realizar os atos eleitorais [legislativas nacionais e regionais], porque os madeirenses já demonstraram que sabem distinguir esses atos eleitorais e os boletins", declarou, sublinhando que "não viria outro mal ao mundo" se tal acontecesse.
O PCP defendeu a realização das eleições regionais em outubro, mas considerou que "não podem, nem devem" ser coincidentes com outro eleitoral, devido a um "conjunto de especificidades" ao nível do debate político que deve ser salvaguardado.
O coordenador do partido na Madeira, Edgar Silva, disse, por outro lado, que seria uma "leviandade" e uma "irresponsabilidade muito grande", agendar as eleições para setembro, pois iriam coincidir com a abertura do ano escolar e a campanha eleitoral iria decorrer em agosto, mês de férias e de inúmeras festividades religiosas na região.
O PCP sugeriu a data de 06 de outubro para a realização das regionais de 2019.
O dirigente do BE Paulino Ascensão considerou que, "depois de 40 anos de democracia, já não há razões para temer grandes efeitos do contágio entre atos eleitorais distintos, como eleições nacionais e regionais".
Por isso, acrescentou, seria "vantajosa" a realização das eleições nacionais e regionais no mesmo dia, porque "evitaria cansaço excessivo, a multiplicação e o prolongamento no tempo das campanhas eleitorais".
"A data que Presidente sugeriu parece perfeitamente adequada, 22 setembro", revelou.
Quintino Costa, líder do PTP, disse que o partido está de acordo com a intenção do Presidente da República de marcar as eleições regionais para meados de setembro, salientando que é importante que o ato eleitoral ocorra em "separado e o mais distante possível" do nacional.
O deputado não inscrito, Gil Canha, defendeu igualmente eleições separadas, concordando com a data de 22 de setembro.
Gil Canha anunciou que vai candidatar-se, mas num lugar não elegível, por uma coligação de pequenos partidos.
C/LUSA