O deputado do CDS da Madeira Rui Barreto defendeu hoje que há “muito mais a fazer” para ajudar os emigrantes que estão a regressar da Venezuela.
O parlamentar centrista madeirense discursava na abertura do debate potestativo requerido pelo partido, na Assembleia Legislativa da Madeira, subordinado ao tema “agravamento da situação económica e social e das condições de vida da comunidade portuguesa na Venezuela”.
A sessão plenária contou com a presença dos secretários da Educação [que tem a tutela da emigração], Jorge Carvalho, e a da Inclusão e Assuntos Sociais, Rita Andrade.
Rui Barreto considerou que o trabalho desenvolvido até ao momento, em articulação, pelos governos nacional e regional “não é de todo negligenciável”.
Também apontou que foi desencadeado um “conjunto de medidas positivas”, como a criação de uma Lina de crédito do Ministério da Economia paras investidores portugueses residentes n Venezuela.
“Há, contudo, mais a fazer e aquilo que aqui solicitamos é que o PS, que está representado neste parlamento e que governa em Lisboa faça tudo para acrescentar a estas medidas as propostas do CDS”, declarou.
O deputado enunciou a desburocratização dos processos de equivalências e o apoio monetário – não só com medicamentos – às associações que estão efetivamente no terreno, que podem ajudar em casos de emergência, e o planeamento da ponte aérea.
Porém, o deputado considerou que existem questões que “têm de ser respondidas na Madeira”, questionando sobre um gabinete que foi anunciado e tinha por objetivo preparar a região para um eventual regresso em massa dos emigrantes.
“Nunca foi dado conta do trabalho feito por esse gabinete”, declarou, questionando se “foi apenas um mero adorno político”.
Rui Barreto perguntou ainda que “medidas concretas foram tomadas na região para receber de forma condigna estas pessoas”.
O parlamentar centrista apontou que desde o início da crise naquele país, os cálculos apontam para o regresso de 10 mil cidadão nacionais, dos quais 8.000 voltaram à Madeira.
Rui Barreto apontou ainda que os que regressam “têm muitas vezes um défice de informação” sobre as medidas de apoio e não houve a preocupação por parte do Governo Regional no sentido da criação de canais de comunicação facilitadores da integração destes cidadãos.
Também sustentou ser necessário que os políticos madeirenses tenham um “comportamento didático” para lutar contra o “estigma que tem de ser quebrado no sentido de integrar os que regressam”, porque começa a surgir alguma resistência e críticas por parte de alguns cidadãos residentes na região.
“A sociedade da Madeira tem muito a ganhar com novas ideias vindas de fora, com novas experiências, com novos protagonistas”, afirmou.
Na sua opinião, “a esmagadora maioria daqueles que regressam não quer viver à sombra do Estado ou da região”, mas pretendem “apenas ferramentas que facilitem a sua integração, pois após ela estar concluída, têm capacidade para seguir o seu próprio rumo”.
“A Venezuela é, infelizmente, um exemplo do efeito nefasto dos populismos, sejam eles de esquerda ou de direita”, concluiu.
LUSA