“Hoje concretiza-se a segunda etapa de uma greve nacional que começou no dia 10 de outubro” e que visa exigir ao Governo que apresente uma nova proposta negocial da carreira de enfermagem que vá ao encontro das expectativas dos profissionais e dos compromissos assumidos pela tutela, disse à agência Lusa Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
A greve inicia-se às 08:00 de hoje nos hospitais com “foco especial nos blocos operatórios e nas cirurgias de ambulatório”, adiantou Guadalupe Simões.
Nos primeiros dois dias de greve (10 e 11 de outubro) os níveis de adesão situaram-se entre os 70 e os 75%, “o que significa que os enfermeiros estão mobilizados”, disse a dirigente sindical, que espera uma mobilização ainda maior nestes quatro dias de greve, que termina na sexta-feira com uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, para exigir do Governo o cumprimento dos compromissos que assumiu mo processo negocial de 2017.
“Seguramente agora ainda estão mais mobilizados, depois de o próprio Ministério da Saúde ter assumido que as reivindicações dos enfermeiros são justas”, salientou.
Questionada sobre se espera que as negociações avancem mais rapidamente com a nova ministra da Saúde, Marta Temido, Guadalupe Simões afirmou que o que os enfermeiros esperam é que “o Governo cumpra o compromisso que assumiu”.
“Independentemente de quem é o titular da pasta, o que se espera é que o processo negocial se desenvolva rapidamente para que atinjamos o objetivo que é a entrada em vigor em janeiro” de 2019 da carreira de enfermagem.
Os sindicatos exigem a revisão da carreira de enfermagem, a definição das condições de acesso às categorias, a grelha salarial, os princípios do sistema de avaliação do desempenho, do regime e organização do tempo de trabalho e as condições e critérios aplicáveis aos concursos.
Os enfermeiros reivindicam ainda “a valorização económica do trabalho” e a sua dignificação, nomeadamente com o reconhecimento da categoria de enfermeiro especialista e uma categoria na área da gestão, “o reconhecimento da penosidade da profissão”, através da compensação de quem trabalha por turnos, e a reposição dos critérios para a aposentação 35 anos de serviço e 57 de idade, disse Guadalupe Simões
A greve é convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), pelo Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) e pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE).
LUSA