"Não reconheço as razões que foram evocadas. Ainda na última Assembleia Municipal foi aprovada uma proposta do JPP para apoio aos doentes oncológicos", afirmou hoje Paulo Cafôfo, numa primeira reação à saída do JPP da coligação Confiança, que passa a ser formada pelo PS, o BE, o PDR e o Nós, Cidadãos!.
O Juntos Pelo Povo anunciou na quarta-feira à noite, em comunicado, a sua saída do grupo Confiança, indicando que "a situação está cada vez mais insustentável".
O partido afirma também que as "pressões centralistas de Lisboa" e de "grupos económicos monopolizadores recém-chegados" têm crescido, situação que "põe em crise o [seu] papel independente e fiscalizador".
O presidente da autarquia considera, no entanto, que a atitude do JPP é uma "opção política", tendo em conta que "os partidos começam a posicionar-se" face às eleições regionais do próximo ano.
"Isso [a saída do JPP] não interfere nada na governação e, portanto, vamos continuar o nosso trabalho de diálogo, de negociação e de conseguirmos convergência nos assuntos importantes", realçou Paulo Cafôfo, vincando que não consegue perceber as críticas que apontam falta de consideração e submissão a grupos económicos.
"As únicas razões que vejo é o momento eleitoral", reforçou.
A coligação Confiança governa a Câmara do Funchal com maioria absoluta ao nível do executivo (seis vereadores, contra quatro do PSD e um do CSD-PP), mas encontra-se em minoria na Assembleia Municipal, onde, a partir de agora, conta com 19 deputados (incluindo cinco presidentes de juntas de freguesia).
A oposição passa assim a ser constituída por 24 deputados: 17 do PSD (incluindo cinco presidentes de juntas de freguesia), três do CDS-PP, um do PTP, um do MPT, um da CDU e o independente do JPP.
C/LUSA