“Em 2018 os incêndios com área ardida inferior a um hectare são os mais frequentes (87 % do total de incêndios rurais). No que se refere a incêndios de maior dimensão, assinala-se, até à data, a ocorrência de um incêndio com área ardida superior ou igual a 1.000 hectares”, refere o último relatório do ICNF.
O relatório provisório de incêndios rurais, referente ao período de 01 de janeiro e 15 de setembro, adianta que se trata do fogo que deflagrou no início de agosto em Monchique e consumiu 26.763 hectares.
O documento indica também que até 15 de setembro deflagraram 15 grandes incêndios, cuja área ardida total foi igual ou superior a 100 hectares, que resultaram em 30.925 hectares de área ardida, cerca de 81% do total da área ardida.
Segundo o ICNF, 9.725 incêndios rurais lavraram entre 1 de janeiro e 15 de setembro de 2018, que resultaram em 38.223 hectares de área ardida, entre povoamentos florestais (20.626 hectares), matos (14.979 hectares) e agricultura (2.618 hectares).
O ICNF destaca que o ano de 2018 apresenta, até 15 de setembro, o segundo valor mais reduzido em número de ocorrências de fogo e o terceiro valor mais reduzido de área ardida desde 2008.
“Comparando os valores do ano de 2018 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 44% de incêndios rurais e menos 63% de área ardida relativamente à média anual do período”, lê-se no relatório.
O ICNF dá também conta que 57% dos incêndios investigados este ano foram causados por queimadas e 18% por incendiarismo.
Dos 9.725 incêndios rurais verificados, 6.292 (65%) foram investigados e têm o processo de averiguação de causas concluído.
“Destes, a investigação permitiu a atribuição de uma causa para 4.276 incêndios (68% dos incêndios investigados – responsáveis por 21% da área total ardida)”, refere o ICNF.
O maior número de incêndios ocorreu nos distritos do Porto (1799), Braga (939) e Aveiro (858), mas foram maioritariamente de reduzida dimensão, não consumindo mais de um hectare.
Em relação à área ardida, o distrito mais afetado foi Faro com 26.883 hectares, cerca de 70% da área total ardida até à data, seguido de Bragança com 1.645 hectares (4% do total) e de Braga com 1.422 hectares (4% do total)
O relatório refere ainda que o mês de agosto foi aquele que apresentou o maior número de incêndios rurais, com um total de 2.483 incêndios, o que corresponde a 26% do número total registado no ano.
Também o mês de agosto, foi o que registou maior área ardida até 15 de setembro, com um total de 31.125 hectares, 81% do total de área ardida registado no ano.
LUSA