“Já não bastava os familiares das vítimas terem perdido os seus entes queridos para agora ainda serem confrontados com uma investigação possivelmente comprometida", disse a deputada trabalhista madeirense Raquel Coelho durante numa iniciativa partidária.
A 15 de agosto de 2017, no decorrer da Festa da Senhora do Monte, a padroeira da Madeira e considerada a maior festa popular da ilha, no Largo da Fonte, naquela freguesia do concelho do Funchal, um carvalho centenário caiu sobre a multidão quando aguardava a passagem da procissão, provocando a morte a 13 pessoas e 49 feridos.
Na iniciativa de hoje, o PTP veio exigir que “a Procuradoria-geral da República tome uma posição em relação à atuação do Ministério Público (MP) na investigação” depois da notícia veiculada pelo matutino madeirense JM de que o perito indicado pela Câmara do Funchal é “suspeito de remover provas”.
Raquel Coelho censurou ainda que o MP tivesse permitido que o município e a Diocese do Funchal “tivessem colocado no terreno técnicos com intuito de analisarem as condições da árvore que caiu”.
O PTP considerou esta situação “repudiável", sustentando que poderia ter sido "evitada" se o Ministério Público tivesse agido "eficientemente”, uma vez que na qualidade de titular da ação penal deveria ter "garantido a conservação e integridade das provas no local".
A Câmara do Funchal reagiu domingo, em comunicado, a esta notícia, declarando ter “sido surpreendida” e que o presidente do município, Paulo Cafôfo, solicitou “imediatamente esclarecimentos” ao perito, um professor da universidade de Trás-os-Montes.
O jornal JM noticiou na edição de sábado (15 de setembro) que a peritagem terá ocultado a existência de um fungo na árvore, o que poderá ter contribuído para o colapso.
A denúncia foi feita ao Ministério Público por Rocha da Silva, um técnico nomeado pela Diocese do Funchal que participou nas primeiras peritagens.
C/LUSA