Em comunicado, a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, disse que o bloco comunitário europeu “presta homenagem a todos os que sofrem, ou sofreram, com a intolerância, discriminação, hostilidade, ódio, perseguição ou violência por causa da religião que praticam ou que está implícita, por crença ou falta dela”.
De acordo com Kaja Kallas, ex-primeira-ministra da Estónia, “no último ano, o mundo continuou a ser testemunha de como milhões de pessoas de diferentes filiações religiosas, comunidades ou minorias, foram vítimas de violência trazida por conflitos, terrorismo, repressão, intimidação de multidões e discurso de ódio”.
Na ótica da representante da diplomacia da UE, a “intolerância, o extremismo, autoritarismo e o ódio baseado em conflitos continuam a prejudicar os direitos e liberdades de demasiadas pessoas”, colocando “em risco família, comunidades, locais religiosos e de oração”.
O bloco político-económico europeu “assegura o direito de todos os indivíduos de desfrutarem a sua liberdade de pensamentos, consciência, religião ou crença, e a manifestarem ou alterarem a sua religião sem qualquer risco de discriminação, perseguição ou violência”.
As declarações de Kaja Kallas, por ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas de Atos de Violência que têm por base a Religião ou Crenças, surgem numa altura em que aumentaram os crimes de ódio por causa das crenças das pessoas nos países da UE, nomeadamente a islamofobia e o antissemitismo.
A União Europeia “pede a todos os países que tomem medidas para combater a intolerância, discriminação, ódio e a violência” que atenta contra a religião e crenças pessoais: “A comunidade internacional tem de promover uma cultura de tolerância religiosa, respeito pela diversidade e entendimentos mútuos, e fomentar o diálogo intercultural e inter-religioso”.
A posição da representante diplomática do bloco comunitário europeu também coincide com um período de repressão em vários países da UE, nomeadamente na Alemanha e nos Países Baixos, de pessoas que se manifestam contra o que consideram ser a inação da União Europeia face à invasão israelita à Faixa de Gaza, um conflito que também tem motivações religiosas, além das motivações político-económicas e territoriais.
Israel é um país maioritariamente judeu, enquanto a população palestiniana é maioritariamente muçulmana.
Em vários países da União Europeia, incluindo Portugal, aumentaram os discursos de ódio, perpetrados maioritariamente por partidos e organizações de extrema-direita, contra comunidades com crenças religiosas contrárias ao Cristianismo, nomeadamente as muçulmanas, praticantes do Islão.
Lusa