"Hoje, proporia a criação de um Observatório Independente para a Saúde" com a finalidade de fornecer aos decisores políticos e aos deputados números "credíveis" sobre a situação neste setor, disse Manuel Brito.
O antigo governante falava na "Comissão Eventual de Inquérito aos Serviços Prestados pelo SESARAM, Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma da Madeira, E.P.E.", que também ouviu hoje, em audição parlamentar, a ex-diretora da Farmácia Hospitalar, Martinha Garcia.
Manuel Brito, que foi secretário regional da Saúde por três meses [20 de abril a 03 de agosto de 2015], reiterou hoje, na Comissão, que voltaria a propor "exatamente" o mesmo programa de governo que apresentou em 2015 para a área da Saúde.
Para o ex-secretário regional, o Observatório, a trabalhar junto da Assembleia Legislativa da Madeira, deveria ser gerido por uma personalidade independente que merecesse o consenso de todos os partidos e teria a responsabilidade de elaborar relatórios de seis em seis meses, "fazendo o retrato da situação naquele momento e apresentando sugestões".
Defendeu ainda a criação de um site onde o doente pudesse seguir a sua lista de espera, assim como a criação de duas ou três Unidades de Saúde Familiar e a "urgência" da construção do novo hospital do Funchal.
A ex-diretora da Farmácia Hospitalar, Martinha Garcia, disse, por seu lado, que a linha verde para o medicamento é "muito benéfica" para uma região insular porque vem "colmatar" carências.
"É pena que seja restrita a alguns medicamentos", disse, ao abordar a falta momentânea de medicamentos na região.
"As roturas de medicamentos não são só por erro, negligência, por falta de dinheiro. O próprio fornecedor muitas vezes não tem a medicação e este programa da linha verde veio permitir que haja uma reserva e um acordo entre vários parceiros que vai permitir o acesso da região à linha verde que o país já tinha", observou.
Segundo Martinha Garcia, a regulamentação e burocracia na aquisição de medicamentos, os formulários, os vistos do Tribunal de Contas e o transporte são também razões que provocam falta de medicamentos junto dos consumidores.
C/ LUSA