“A TAP lamenta os cancelamentos em causa, provocados por uma série de contingências imponderáveis, como foram o caso de um período de mau tempo no Porto, aliado a obras no aeroporto Sá Carneiro, que obrigaram ao encerramento do aeroporto durante a noite”, ao que se juntaram "perturbações provocadas no tráfego aéreo pela greve em Marselha", segundo disse fonte oficial da empresa à Lusa.
Face a estas contingências houve “inevitáveis cancelamentos de voos, com a agravante de não ter sido possível alojar os passageiros por falta de quartos no Porto” dado ser um “período de férias” e estarem os hotéis lotados.
Os passageiros afetados estão a ser “transportados nos voos seguintes” e a empresa está “empenhada, como sempre, em encontrar as soluções adequadas para proteger e cuidar os seus clientes, cumprindo escrupulosamente todos os regulamentos e legislação nacionais e internacionais”.
A TAP registou entre as 20:00 de domingo e esta manhã mais de 50 cancelamentos nos aeroportos de Lisboa e do Porto, tendo um sindicato contabilizado “mais de 70” no fim de semana na capital.
Segundo a contagem feita pela agência Lusa, foram canceladas 20 chegadas e 14 partidas no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, sobretudo de voos de e para o Porto, regiões autónomas, cidades europeias e também Marraquexe (Marrocos) e Rio de Janeiro (Brasil).
Já em relação ao Porto, houve 12 chegadas canceladas e sete partidas que não se efetuaram, sobretudo em relação a Lisboa, Madeira e cidades europeias.
Em declarações à Lusa, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), Fernando Henriques, informou hoje que no fim de semana a transportadora aérea teve “mais de 70 cancelamentos”.
“Só no domingo estamos a falar de 40, ou seja, 10% da operação cancelada”, garantiu.
O vice-presidente do Governo da Madeira, Pedro Calado, acusou hoje a TAP de "abandonar" os passageiros em situações de cancelamento de voos por razões operacionais de ligação à região, o que considerou "lamentável".
“Temos acompanhado com alguma preocupação [esta situação] e feito chegar as nossas preocupações à administração da TAP”, disse Pedro Calado aos jornalistas, durante uma iniciativa no Funchal.
O governante madeirense argumentou que, embora este não seja “só um problema da Madeira e de Portugal”, visto que “todas as companhias em toda a Europa e em todo o mundo estão a ter este problema”, devido à “muita escassez de mão de obra” (pilotos e pessoal de terra), as regiões insulares acabam por “sofrer muito mais” porque não têm alternativa de acessibilidade.
LUSA