O novo hotel Savoy Palace, no Funchal, deverá abrir portas em abril de 2019, informou hoje o administrador do grupo AFA, Bruno Freitas, no dia em que ficou concluída a estrutura total do edifício.
"A abertura do hotel, caso sejam cumpridos todos os ‘timings’, deverá acontecer em abril de 2019", declarou, acrescentando que, desde 2016 a ocupação da unidade está a ser comercializada.
"Temos estado agora mais intensamente junto da ‘tour’ operação e junto de canais diretos de comercialização a fazer uma abordagem sobre esta unidade hoteleira", disse.
Herdeiro do conhecido Savoy Hotel, construído em 1912, mas demolido em 2009 com vista a uma nova unidade do grupo SIET – então propriedade de Horácio Roque e Joe Berardo -, o novo Savoy, agora propriedade da AFA – Avelino Farinha Agrela, tem merecido várias críticas devido à sua volumetria: tem 16 andares e 560 quartos com capacidade para 1.128 camas, num investimento superior a 120 milhões de euros.
No dia em que se concluiu a estrutura definitiva, a polémica mantém-se.
O presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo, reiterou que, caso o projeto fosse apresentado ao seu executivo, não o licenciava.
"Eu já disse e volto a repetir: se este projeto tivesse entrado enquanto eu fosse presidente de câmara, nunca teria sido aprovado. Este projeto tem efetivamente uma volumetria bastante elevada, bastante grande, e não teria aprovado na forma como o projeto foi", afirmou.
Apesar da polémica, o autarca pretendeu resolver o impasse que se criou aquando da morte do banqueiro Horácio Roque.
"A questão é que estamos perante uma realidade e a realidade tinha de ter uma solução, e neste aspeto temos de ser pragmáticos e aquilo que eu espero é que a qualidade deste empreendimento seja uma qualidade de excelência", afirmou.
Este projeto teve início numa altura em que o atual presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, era ainda presidente da autarquia do Funchal.
Albuquerque reafirmou hoje que fez o melhor para cidade, contrariando a posição de Paulo Cafôfo.
"Eu aceitei e assumo. Eu não tenho medo de tomar decisões nem ando aqui ao sabor do politicamente correto", disse, recordando que "o plano foi aprovado, foi contestado, mas obviamente que quem está em democracia tem de assumir as suas responsabilidades, quem governa tem de assumir as suas responsabilidades".
O governante referiu que, enquanto autarca, teve uma outra situação polémica, a construção do teleférico do Funchal, sublinhando que, apesar da controvérsia, acabou por se revelar uma aposta ganha.
"Eu tenho a certeza de que fiz o melhor para a cidade e, quando o empreendimento estiver pronto, vai ser como o teleférico. Durante um ano e meio levei pancada por causa do teleférico, hoje em dia é uma obra que está em funcionamento, é um caso de sucesso e é, obviamente, um polo de atratividade turística para a Madeira", referiu.
Na cerimónia estiveram presentes centenas de convidados, entre eles o ex-presidente do Governo Regional Alberto João Jardim, para quem a volumetria do hotel não é chocante.
"Sempre fui a favor disto", afirmou, considerando que "a volumetria dos edifícios é um fator a considerar no licenciamento" e argumentando que, para ter investimento, “tem de ser investimento rentável".
"Às vezes é preciso abdicar um pouco, desde que não seja em termos escandalosos, e aqui isto está perfeitamente enquadrado", concluiu.
LUSA