Nesta digressão, a companhia dirigida por Henrique Amoedo, depois de subir ao palco do Teatro Municipal da Guarda, na sexta-feira, atua no Centro de Artes de Ovar, no distrito de Aveiro, no dia 25 de maio, e no Teatro Cine de Torres Vedras, a 50 quilómetros de Lisboa, no dia seguinte.
“Doesdicon” é a primeira criação de Tânia Carvalho para uma companhia de dança inclusiva. Depois da estreia em Viseu, foi apresentada no Mudas – Museu da Arte Contemporânea da Madeira, na Calheta, e no Teatro Maria Matos, em Lisboa.
Segundo Tânia Carvalho, citada pela companhia, “Doesdicon” é “uma composição para desenho de movimentos fixos, não rígidos": "Trabalho dos contrastes rítmicos do corpo em deslocação ou não. Onde os movimentos fixos são depois libertados. Não contra estes mesmos movimentos. Não para os apagar, mas para os estender”.
A companhia Dançando com a Diferença tem como objetivo a promoção e utilização das diferentes linguagens artísticas como elemento de inclusão social de pessoas com deficiência, desenvolvendo atividades que podem estar inseridas nos âmbitos artísticos, educacionais, terapêuticos ou de apoio a processos terapêuticos.
Os estudantes e artistas/bailarinos, ao longo do processo formativo, têm apoio terapêutico, educacional e estético artístico, visando incentivar o potencial criativo e o desenvolvimento profissional de grupos inclusivos.
A companhia estabeleceu diferentes parcerias europeias, nomeadamente com o Grundtvig Lifelong Learning Program.
A coreógrafa Tânia Carvalho soma 20 anos de carreira, que assinalou com uma retrospetiva da sua obra, entre janeiro e março, nos teatros Maria Matos, São Luiz e Camões, em Lisboa.
Nascida em Viana do Castelo, em 1976, Tânia Carvalho iniciou os estudos de dança na cidade natal. Na década de noventa, prosseguiu estudos artísticos na Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, na Escola Superior de Dança de Lisboa e no Fórum Dança.
As suas primeiras criações nos domínios da coreografia foram "A Corte" e "Inicialmente Previsto", ambas apresentadas no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, esta última distinguida com o Prémio Jovens Criadores 2000, tendo sido apresentada em Sarajevo em julho do ano seguinte.
É autora de várias bandas sonoras das suas próprias coreografias, como por exemplo a de "Como Se Pudesse Ficar Ali Para Sempre" (2005), e também a de "Síncopa" (2013). Outras peças atravessam outras artes, como a pintura, em "Xilografia" (2016), pelo expressionismo e pela memória do cinema em "27 Ossos".
Em 2011, "Icosahedron" venceu o prémio de melhor coreografia da Sociedade Portuguesa de Autores.
LUSA