"Dei uma ordem ao vice-Presidente executivo da República, Tarek El Aissami, para que convoque toda a rede de supermercados e mercearias e lhes dê um ultimato: ‘se vocês continuarem a aumentar loucamente os preços, para o povo, vou fazer Justiça".
Nicolás Maduro falava no Estado venezuelano de Cojedes (a 290 quilómetros a sudoeste de Caracas), durante um ato de campanha eleitoral, em que insistiu que voltará a ser eleito Presidemte após as eleições previstas para 20 de maio.
"Dou-lhes [aos empresários] a última oportunidade. Caso contrário, a ‘operação mãos de papel’ irá mais além. Será a bem ou a mal", ameaçou.
Nicolás Maduro disse que existem na Venezuela "máfias económicas que estão a roubar o povo", cada vez que ele "aprova um ‘bónus’, um aumento do salário, do subsídio de alimentação e nos contratos".
"Apelo ao povo a que me dê todo o apoio nesta batalha contras as máfias económicas, a que não me deixe sózinho. Há que ir à batalha pela prosperidade, pela produção e por uma economia sã e equilibrada", frisou.
Segundo Nicolás Maduro, o seu Governo "tem a grande tarefa de vencer a guerra económica" e de "fazer respeitar os preços regulados pelo executivo".
"Dêem-me 10 milhões de votos (nas presidenciais) e eu farei Justiça contra as máfias de bachaqueros’ (revendedores ilegais). Temos que derrotar as mafias que roubam o povo nos supermercados", vincou.
A 14 de abril último, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, advertiu os empresários que irá aplicar medidas para travar um alegado boicote na disponibilização de alimentos, concretizado através dos preços.
Segundo Vladimir Padrino López, alguns "grupos" usam uma alegada falta de matéria-prima como motivo para aumentarem o preço dos produtos comercializados no país.
Em janeiro de 2018, os supermercados da Venezuela foram obrigados pelas autoridades a baixarem os preços de milhares de produtos, apesar das queixas dos empresários de que eram forçados a vender a valores inferiores aos da compra.
A medida afetou um grande número de empresários portugueses, que detêm muitos negócios neste setor.
Dias depois, já com muitas prateleiras dos supermercados vazias, o Governo venezuelano recuou na decisão e permitiu aos empresários usar margens de comercialização tradicionais.
LUSA