“A ABAMA vem repudiar as declarações ofensivas e demagógicas da gerência da GESBA, ao afirmar e admitir publicamente a retirada do adiantamento das ajudas comunitárias a alguns bananicultores, sabendo que a GESBA é a única empresa, que está habilitada a pedir, receber e pagar as ajudas ao sector da banana, violando o valor fundamental do princípio da igualdade, “só recebe o adiantamento da ajuda quem assinar um documento”, sem saber de antemão o seu conteúdo, infringindo por isso os mais elementares direitos da transparência, a que GESBA não está dispensada, fazendo com que vários bananicultores sintam-se ameaçados, chantageados e por isso descriminados.
A ABAMA vem solicitar respeito pelos agricultores, que estão a sofrer grandes dificuldades financeiras, com os aumentos dos produtos fitossanitários, luz, água, salários, etc., “não somos arma de arremesso político para a falta de capacidade de gerir a ÚNICA EMPRESA do sector. A ABAMA lamenta o desnorteio, o desconhecimento e a má-fé da gerência da GESBA, ao afirmar que foi a GESBA quem “concebeu” uma linha de crédito para o adiantamento das ajudas comunitárias aos produtores a banana da Madeira. A linha de crédito foi “criada” na década de 90 no século passado, pelas organizações de produtores com o objetivo de assegurar o pagamento atempado das ajudas comunitárias; atirando assim areia para os olhos dos agricultores e da população em geral, ao “cumprimentar com o chapéu alheio”.
A GESBA foi constituída com a falsa promessa de resolver os problemas do sector da banana da Madeira, “revolucionar o sector” e aumentar o rendimento ao produtor de banana, mas na realidade foi constituída para escravizar e monopolizar o sector da banana. Em 2005 a banana era paga ao produtor por categoria, sendo que a Banana extra era paga a 0,60€/kg, a Banana de primeira a 0,51€/kg e a Banana de segunda a 0,30€/kg, sendo então somada a ajuda comunitária; só a partir de 17 de maio de 2024, a GESBA começou a pagar a Banana extra a 0,64€/kg, a Banana de primeira a 0,26€/kg, a Banana de segunda a 0,156€/kg e os bagos a 0,046€/kg, sendo então somada a ajuda comunitária, ou seja, 19 anos depois das cooperativas, a GESBA ainda paga menos 0,25€/kg pela banana de primeira e menos 0,15€/kg pela banana de segunda categoria; é um verdadeiro assalto aos bananicultores.
Como é possível afirmar publicamente que a GESBA paga em média 1€/kg de banana? Sabendo que o seu esforço financeiro por kg de banana extra é de 0,64€/kg, que pela de primeira é de 0,26€/kg, que pela de segunda é de 0,156€/kg e que pelos bagos de 0,046€/kg!! É o efeito da multiplicação??? A ajuda comunitária é à produção e não à venda!! É importante informar a todos os agricultores e ao público em geral que o valor pago ao produtor de banana, por categoria, é inferior em média 0,20€/kg em relação ao ano 2005. É preciso dizer a verdade aos madeirenses para que saibam que só na Madeira se criou uma situação única em todo o espaço Europeu, permitindo a comercialização de produtos agrícolas por uma empresa pública, e não por uma organização ou agrupamento de agricultores, à semelhança daqueles que havia no regime de Salazar… Como é possível que a GESBA receba a ajuda comunitária para a fileira da banana e seja a mesma a gerir, fiscalizar e atribuir a ajuda sem a fiscalização de uma identidade externa?!?! Será que não há conflito de interesses?! E é disto que a gerência da GESBA se orgulha na retenção do dinheiro dos agricultores e do voltar ao passado?
A ABAMA está apostada em defender apenas os interesses dos produtores da banana da Madeira, aqueles que metem as mãos na terra, defendem a qualidade do que se produz, valorizando a nossa Ilha, pelo turismo, pela paisagem, pelo meio ambiente, pelos postos de trabalho, alavancando a economia local e a marca “Banana da Madeira”, pode ler-se num comunicado enviado às redações.