A iniciativa carateriza-se por aliar “a tecnologia à eficiência energética e também à sustentabilidade ambiental”, tendo como objetivo transformar o Porto Santo “num território sem combustíveis fósseis e emissões quase nulas de dióxido de carbono”, destacou hoje Pedro Calado na apresentação pública do projeto, em Lisboa, uma parceria entre a Empresa da Eletricidade da Madeira (EEM) e a Renault.
A iniciativa, no entender do vice-presidente do executivo madeirense, contribui não só para uma “menor dependência externa e otimização dos recursos naturais”, mas também garante “simultaneamente uma melhor qualidade de vida aos residentes e futuras gerações, mais e melhores oportunidades para a economia local e maior capacidade para a criação de emprego junto da população residente”.
O presidente do conselho de administração da empresa de Eletricidade da Madeira, Rui Rebelo, explicou também que o projeto assenta na "energia sustentável" e na "mobilidade sustentável", acrescentando que o objetivo é que este seja um modelo "sustentável e escalável que possa inspirar outras ilhas ou outras cidades".
De acordo com uma nota de imprensa da Renault, numa primeira fase 20 famílias/entidades voluntárias do Porto Santo vão utilizar 20 viaturas da empresa, “que poderão ser carregadas de forma inteligente nos 40 postos de carregamento instalados na ilha”.
Posteriormente, numa segunda fase, adianta a mesma nota, os automóveis vão “mais longe na sua interação com a rede elétrica e serão capazes de injetar eletricidade na rede, nos picos de maior consumo de eletricidade na ilha”, bem como servir de “unidades de armazenamento temporário de energia”.
Além disso, “as baterias em segunda vida” vão armazenar a energia “produzida pelas centrais solares e eólicas do Porto Santo”.
Através destas medidas, “o que se pretende é encontrar um novo rumo que atenda a questões que revertam a favor de uma melhor gestão dos recursos naturais existentes, transformando o Porto Santo na primeira ilha inteligente do mundo”, sublinhou Pedro Calado, reiterando que “o incremento da utilização de recursos mais sustentáveis com especiais benefícios para o ambiente” se constitui “um dos principais trunfos e elementos diferenciadores” de uma região turística como é a Madeira.
“Numa altura em que os cientistas avaliam os efeitos das alterações climáticas no nosso planeta, este é um momento chave para percebermos os caminhos que temos de percorrer no futuro e sobretudo o momento de definirmos uma nova estratégia e uma nova política face a uma realidade distinta face aquela que nos habituámos a ver durante muitos anos”, acrescentou.
Segundo Pedro Calado, as viaturas vão ser disponibilizadas a residentes, serviços públicos, comerciantes, taxistas, entre outros setores de atividade que se podem candidatar à utilização das mesmas.