O Procurador-Geral da Venezuela, Tarek William Saab, fixou em 68 o número de vítimas mortais num motim numa prisão do Comando da Polícia do Estado de Carabobo, na cidade de Valencia, no norte da Venezuela.
"Diante dos terríveis factos ocorridos no Comando da Polícia do Estado de Carabobo, onde um suposto incêndio matou 68 pessoas, designámos quatro procuradores (…) para esclarecer estes dramáticos factos", escreveu esta noite Tarek William Saab na sua conta pessoal na rede Twitter.
O esclarecimento surgiu depois de a ONG “Uma Janela Para a Liberdade”, que defende os direitos dos presos venezuelanos, ter denunciado que o motim de quarta-feira provocou pelo menos 78 mortos e dezenas de feridos.
Inicialmente, as autoridades venezuelanas apontaram para a morte de apenas cinco pessoas. Perante notícias contraditórias sobre a dimensão da tragédia, remeteram-se ao silêncio.
“Estamos a determinar com exatidão o número de vítimas. Não apresentaremos números por respeito aos familiares daqueles que estiveram envolvidos nesta situação irregular”, disse ao jornal venezuelano El Universal um representante do governo estadual, Jesús Santander.
Segundo o líder da ONG, Carlos Nieto, citado pela agência France Press, a causa da morte terá sido um incêndio provocado pelos presos, que pegaram fogo aos colchões nas celas. A maioria das vítimas, segundo relatos, morreu por asfixia.
Na página da ONG na Internet foram colocadas fotografias de presos que sucumbiram às chamas e ao fumo num estabelecimento prisional com problemas de sobrelotação. A falta de espaço e de condições estão a ser apontadas como as causas do motim, que começou após uma tentativa falhada de fuga de alguns presos.
LUSA