Os executivos dos Açores e da Madeira saudaram o “sinal político forte de compromisso” dos chefes de Estado e de Governo de Portugal, Espanha e França com as regiões ultraperiféricas (RUP), depois de uma reunião “histórica” hoje em Bruxelas.
Hoje de manhã, antes do início do segundo dia de trabalhos do Conselho Europeu que decorre em Bruxelas, o primeiro-ministro António Costa, o chefe de Governo espanhol, Mariano Rajoy, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, reuniram-se com representantes das RUP – entre os quais o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, e a secretária regional do Turismo do Governo da Madeira, Paula Cabaço – para discutir as preocupações das regiões ultraperiféricas no quadro das negociações sobre o futuro orçamento da União Europeia.
Em declarações aos jornalistas no final do encontro, que serviu para a entrega formal da posição das regiões ultraperiféricas sobre o quadro financeiro plurianual para o período pós-2020, Vasco Cordeiro salientou a “natureza histórica” da reunião, a primeira a juntar “os responsáveis dos três Estados que têm regiões ultraperiféricas com representantes das regiões ultraperiféricas, em simultâneo”.
“Isso, no atual momento, é um sinal político muito forte de compromisso desses Estados com as questões da ultraperiferia. Esta reunião permitiu no fundo transmitir de viva voz e colher também de viva voz a sensibilidade, por um lado, dos Governos nacionais em relação a estas matérias, e também, da parte das regiões ultraperiféricas, transmitir as nossas preocupações”, apontou o presidente do executivo açoriano, que também preside à Conferência das Regiões Periféricas e Marítimas da Europa (CRPM).
Também a secretária regional do Turismo e Cultura do Governo Regional da Madeira, Paula Cabaço, sublinhou a “reunião histórica” hoje celebrada em Bruxelas e o compromisso demonstrado por Lisboa, Madrid e Paris.
“Naturalmente que é um momento de grande simbolismo, não só por ser um encontro que se realiza pela primeira vez, mas que também revela a importância do quadro financeiro plurianual pós-2020 para as RUP, e também uma relação de compromisso entre os Estados-membros e as suas regiões ultraperiféricas numa defesa que se quer acérrima daquilo que será o futuro quadro financeiro plurianual para estas regiões”, declarou.
Ambos os responsáveis dos Governos Regionais destacaram uma vez mais a importância fundamental da política de coesão para as RUP e a necessidade de esta não ser sacrificada no futuro quadro financeiro, a menos de dois meses de a Comissão Europeia apresentar a sua primeira proposta formal sobre o orçamento da União para 2021-2027.
Na declaração hoje apresentada, as RUP defendem uma política de coesão “ambiciosa e dotada dos recursos financeiros necessários ao cumprimento dos seus objetivos”, assim como políticas Agrícola e de Pescas pós-2020 que sirvam os interesses destas regiões.
LUSA