Os protestos surgiram depois de população verificar que estavam "incompletas" as caixas de alimentos distribuídos a preços subsidiados pelo Governo e conhecidas localmente como CLAP.
Segundo os populares, nas caixas CLAP faltavam produtos como óleo e feijão.
Descontentes, centenas de pessoas bloquearam durante várias horas algumas ruas de Petare, tido como bastião do regime e o maior bairro popular da América Latina.
Vídeos divulgados através da rede social Twitter dão conta do momento em que grupos de oficiais da Guarda Nacional Bolivariana, chegaram ao bairro de Petare, em motocicleta, para controlar os protestos da população.
Também em Caracas, residentes em San Martín (oeste) protestaram hoje pela falta, nas caixas CLAP, de leite em pó, produto usado para alimentar crianças daquele setor.
Mariángel Martínez denunciou aos jornalistas que os membros dos conselhos comunais recebem todos os produtos mas que os outros cidadãos recebem os produtos incompletos, às vezes sem massa, ou açúcar, arroz ou grão.
"Devia ser igual para todos. A única desculpa é de que o leite não foi suficiente, devido à guerra económica", frisou.
Segundo o diário El Nacional, alguns cidadãos denunciaram terem sido ameaçados em não receber nada caso denunciassem alguma irregularidade.
Por outro lado, os que falam à imprensa e denunciam a falta de alimentos são catalogados de "esquálidos" opositores.
Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas da população de dificuldades para conseguir alguns produtos básicos e também dos altos preços com que são comercializados, o que faz com que sejam inacessíveis para muitos cidadãos.
Em 2016 o Presidente Nicolás Maduro criou os Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAP) que iniciaram a distribuição de produtos alimentares, casa por casa, nos bairros mais pobres e a preços subsidiados pelo executivo, como maneira de enfrentar a escassez de alimentos e a crise económica do país.
LUSA