O presidente do Grupo Parlamentar dos socialistas na Assembleia Legislativa da Madeira classificou de "clandestinas e escondidas da comunicação social" as reuniões do presidente do Governo Regional com os agricultores para entregar o cheque de 100 euros.
"Nessas reuniões, os agricultores não recebem o cheque pois têm de ir, depois, recebê-lo nas casas do povo, mas são convocados para ouvir a propaganda do Governo", disse, lembrando que, em 2019, há eleições legislativas regionais.
Victor Freitas pediu também que o seguro coletivo seja estendido aos viticultores e produtores de cana-de-açúcar.
O líder do Grupo Parlamentar do PSD, Jaime Filipe Ramos, contrapôs, dizendo que "único partido preocupado com a agricultora é o PSD" e que "até os apoios aos agricultores são motivo de inveja e incómodo".
O deputado e presidente do CDS-PP, Lopes da Fonseca, perguntou pelo banco de terrenos, pelo telefone de emergência agrícola, pelo seguro agrícola e pelos planos estratégicos relativamente a determinados produtos agrícolas.
"O seguro de colheita é apenas para 60 pessoas quando há 1.500 agricultores penalizados pelas intempéries de março", referiu.
O deputado do JPP Élvio Sousa colocou o problema dos custos das operações portuárias no encarecimento das exportações dos produtos regionais, denunciando que havia "negociatas" entre o Governo Regional e o Grupo Sousa [armador e responsável pela Sociedade Operações Portuárias da Madeira], pedindo a anulação da revogação da licença portuária decidida pelo executivo.
O deputado independente Gil Canha (ex-PND) lamentou também "as negociatas" entre o Governo Regional e o Grupo Sousa.
Ricardo Lume, deputado do PCP, abordou a questão do aumento da população de roedores nos campos madeirenses, considerando que a política do Governo Regional nesta matéria tinha falhado.
Rodrigo Cardoso, do BE, lamentou a burocracia existente no acesso dos agricultores aos apoios comunitários do PRODERAM (Programa de Desenvolvimento Rural) e criticou a política de monocultura desenvolvida pelo Governo Regional.
Raquel Coelho, do PTP, acusou o Governo Regional de descurar o setor primário regional e defendeu que, face às condições orográficas do arquipélago da Madeira, a agricultura, "para ser sustentável", deve ser apoiada pelo setor público.
LUSA