A mesma fonte adiantou que o número de mortos em ataques israelitas ascendeu a 57, 44 dos quais no norte da Faixa de Gaza, onde o exército de Telavive lançou a 04 de outubro uma ofensiva militar.
Israel acusa as milícias do Hamas – organização considerada terrorista pela União Europeia, Estados Unidos e outros países – de se esconderem dos seus ataques em campos de refugiados e instalações de organizações internacionais como a UNRWA.
O ataque à escola em Jabalia, que albergava pessoas deslocadas no norte de Gaza, surge pouco depois de o comissário da UNRWA, Philippe Lazzarini, ter acusado Israel, numa mensagem no X, de continuar a impedir a chegada de missões humanitárias ao norte da Faixa de Gaza, devido ao cerco e à ofensiva militar que dura há 17 dias, a terceira desde o início do conflito há mais de um ano.
“As autoridades israelitas continuam a recusar o envio de missões humanitárias para o norte da Faixa de Gaza com abastecimentos básicos, incluindo medicamentos e alimentos, para a população sitiada”, declarou o Comissário da UNRWA, Philippe Lazzarini, numa mensagem na rede social X.
Lazzarini acusou também as tropas israelitas de atacarem hospitais e cortarem a eletricidade, deixando várias pessoas feridas impossibilitadas de receber cuidados médicos.
De acordo com estimativas da ONU, durante o cerco ao norte de Gaza, mais de 500 palestinianos foram mortos, hospitais em funcionamento foram militarmente cercados e pelo menos 56.000 pessoas foram forçadas a fugir.
O cerco atingiu os três principais hospitais do norte – o Indonésio, o Kamal Adwan e o Al Awda – onde, de acordo com os Médicos Sem Fronteiras (MSF), mais de 350 pacientes, incluindo mulheres grávidas, estão retidos.
No domingo, o diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza, Munir al Borsh, denunciou que as forças israelitas estão a obrigar os deslocados a abandonar os abrigos no hospital indonésio, prendendo homens e queimando os abrigos para que as pessoas não possam regressar.
Desde o início da ofensiva israelita contra Gaza, em outubro de 2023, já morreram mais de 42.600 pessoas – a maioria mulheres e crianças – e quase 99.800 ficaram feridas, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, que não incluem os milhares de desaparecidos nem as mortes por doença ou infeção.
O porta-voz do exército israelita em língua árabe, Avichay Adraee, disse no domingo que pelo menos 5.000 palestinianos deixaram Jabalia usando rotas especiais, mas mais de 500 pessoas morreram no norte desde que Israel reposicionou as tropas na área, de acordo com as autoridades de saúde locais.
O Hamas lançou em 07 de outubro de 2023 um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, que causou a morte de mais de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas.
Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, segundo as autoridades israelitas. Destas, perto de cem foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 132 reféns continuam detidos no território palestiniano, 28 dos quais terão morrido.
Em resposta ao ataque, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Lusa