Em causa estão recentes declarações do Alto Comissionado, que disse não existem condições para eleições livres na Venezuela.
"A Venezuela condena as infundadas e irresponsáveis afirmações do Alto Comissionado das Nações Unidas para o Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, com relação à democracia e ao vigor dos direitos humanos no país", refere um comunicado do Ministério de Relações Exteriores venezuelano.
O documento, divulgado em Caracas acusa que, "uma vez mais, o Alto Comissário viola flagrantemente as normas e princípios que devem reger a sua atuação, procedendo a fixar posição sobre a situação dos Direitos Humanos na Venezuela, de uma maneira seletiva, subjetiva e altamente politica e parcializada".
"Desde que começou o mandado, o senhor Al Hussein tem hipotecado a majestade do cargo que representa, para pô-lo ao serviço da estratégia de agressão permanente que se desenvolve contra a Venezuela", afirma.
Para Caracas, não é casualidade que as declarações do Alto Comissionado sejam precedidas por encontros com "representantes dos setores mais extremos e antidemocráticos da oposição venezuelana".
No comunicado, o Governo venezuelano acusa o Alto Comissionado da ONU de ter uma "desesperada obsessão contra a Venezuela" e chama atenção para relatórios do perito independente do Conselheiro de Direitos da ONU, Alfred de Zayas, "que visitou recentemente o país e recolheu livremente ampla informação sobre a real situação da democracia e dos direitos humanos, desmontando a tese da suposta crise humanitária".
"O Governo da Venezuela condena categoricamente que o Alto Comissário pretenda julgar os processos eleitorais que se desenvolvem no país, sem dispor de mandado nem competência alguma para tal", explica.
Por outro lado, acusa Zeid Ra’ad Al Hussein de guardar silêncio perante medidas dos EUA contra a Venezuela, de estar à margem dos postulados da Declaração e Programa de Ação de Viena e do Conselho de Direitos Humanos.
A Venezuela reitera o seu compromisso com os Direitos Humanos e tratados internacionais.
O Alto Comissário disse hoje que a Venezuela não reúne as "condições mínimas" para realizar as eleições presidenciais antecipadas, previstas para 20 de maio.
"Estou seriamente preocupado porque, neste contexto, não se cumprem, de nenhuma maneira, as condições mínimas, para umas eleições livres e credíveis", disse Zeid Ra’ad Al Hussein, durante a apresentação do relatório anual sobre os Direitos Humanos.
LUSA