O ministro de Comunicação da Venezuela Jorge Rodríguez disse que "o ato eleitoral presidencial ficou estabelecido para a segunda quinzena do próximo mês de maio de 2018”.
“Propomos que sejam organizadas em simultâneo as eleições presidencial” e dos conselhos legislativos regionais, adiantaram outras fontes referindo-se a um acordo entre o governo socialista de Nicolás Maduro e o candidato da oposição Henri Falcón, validado pelo conselho eleitoral.
O escrutínio presidencial, tradicionalmente organizado em dezembro, tinha sido marcado para abril pelas autoridades eleitorais. Esta decisão foi criticada, devido ao pouco tempo entre o anúncio e a realização das eleições, por uma parte da comunidade internacional e a principal coligação da oposição, que optou por boicotar a eleição.
O Presidente Maduro, que se apresenta a um segundo mandato para permanecer no poder até 2025, terá assim como opositores Henri Falcón, um dissidente do ‘chavismo’, e quatro outros candidatos quase desconhecidos pela maioria da população.
A coligação da Mesa de unidade democrática (MUD) recusou apresentar candidato, ao argumentar que o campo presidencial não forneceu todas as garantias necessárias para a organização do escrutínio.
A MUD exigia designadamente a presença de observadores internacionais “independentes”, a realização do escrutínio “no segundo semestre de 2018”, a designação de um Conselho nacional eleitoral “equilibrado”, o voto dos venezuelanos no estrangeiro e um igual acesso aos media.
O acordo firmado entre o governo e Falcón inclui justamente um pedido junto da ONU para uma missão de observação eleitoral, o controlo doa votação, a prorrogação do prazo de inscrição nas listas eleitorais para os venezuelanos emigrados e a “equidade no acesso aos media públicos e privados, e ainda às redes sociais no âmbito da campanha eleitoral”.
“Este acordo confirma que na Venezuela elegemos os nossos dirigentes e representantes com as mais amplas garantias constitucionais e democráticas”, assegurou Tibisay Lucena, presidente do Conselho eleitoral, instituição acusada pela oposição de apoiar o Presidente Maduro.
Esta instância confirmou que o prazo para a inscrição das candidaturas termina hoje, devendo assim limitar-se aos seis nomes já anunciados.
A MUD, enfraquecida pelas suas divisões internas e a perda de credibilidade popular, apelou hoje a Henri Falcón para retirar a sua candidatura, acusando-o de “fazer o jogo” de Maduro nas suas “veleidades totalitárias”.
LUSA