“É uma tragédia, nunca se viu uma coisa destas”, desabafou, em declarações à Lusa, admitindo que a situação está neste momento “incontrolável”.
O autarca afirmou não conseguir precisar quantas casas foram atingidas pelas chamas, porque esse levantamento ainda decorre. Algumas das habitações estariam devolutas, outras talvez não, acrescentou.
Às 17:56, segundo as autoridades nacionais de proteção civil, o incêndio de Baião estava a ser combatido por 96 bombeiros, apoiados por 28 viaturas e um meio aéreo, dispositivo que o autarca considerou insuficiente face à dimensão do fogo.
A partir da localidade de Gôve, onde deflagrou o incêndio, as chamas evoluíram rapidamente às freguesias de Ancede, Santa Cruz do Douro, Grilo, Santa Leocádia e Mesquinhata.
Na zona, disse, o vento forte e as altas temperaturas têm dificultado o combate.
Comparando com outro incêndio de grande dimensão ocorrido em 2022, Paulo Pereira admite que o atual tem uma intensidade três vezes superior na sua propagação.
Para agravar a situação, indicou, outro fogo rural foi detetado na tarde de hoje (15:53) na zona de Gestaçô, nas proximidades das serras do Marão, Aboboreira e Castelo.
O presidente da câmara receia que, face à insuficiência de meios de combate no terreno, as chamas possam evoluir para zonas florestais de grande valor naquelas serras.
Para esta ocorrência estão mobilizados 30 operacionais e 10 viaturas.
No resto da região do Tâmega e Sousa, têm estado ativos nas últimas horas vários incêndios de menor dimensão, nomeadamente em Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel, Felgueiras e Amarante.
Vários incêndios estão hoje a atingir o país, sobretudo na região Norte e Centro, obrigando ao corte de estradas, ferrovia e encerramento de escolas, além de já terem ardido diversas casas.
No domingo, o Governo declarou situação de alerta para todo o território do continente até às 23:59 de terça-feira devido ao agravamento do perigo de incêndios rurais.
Portugal pediu ajuda à União Europeia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil e já disponibilizaram meios aéreos França, Itália, Espanha e Grécia, num total de oito canadair.
Fonte do Ministério da Administração Interna disse à Lusa que os dois aviões canadair espanhóis já estão a atuar nos incêndios em Portugal.