Zelensky disse em conferência de imprensa que a Rússia estava a lançar “ações de contraofensiva”, mas que as forças ucranianas estavam preparadas e prontas para lutar.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que as tropas de Moscovo recapturaram 10 povoados em Kursk, mas não descreveram estes combates como uma contraofensiva.
A Ucrânia lançou a sua incursão em Kursk em 06 de agosto, como parte de uma estratégia para desviar os militares russos de Donetsk, no leste da Ucrânia, embora estes tenham continuado a progredir nas últimas semanas nesta região.
A operação em solo russo levantou a moral ucraniana após meses de notícias sombrias da frente, expondo vulnerabilidades de Moscovo e tomando alguma iniciativa no campo de batalha, ao mesmo tempo que procurava estabelecer uma zona tampão para prevenir ataques contra o seu território.
A resposta confusa sugeriu que Moscovo não tinha planeado esta ofensiva terrestre e que iria demorar algum tempo para conseguir montar uma operação de contra-ataque ao longo de uma linha da frente de cerca de mil quilómetros.
No entanto, ao contrário das expectativas de Kiev, as forças russas têm continuado a exercer pressão em Donetsk e a atingir intensamente as infraestruturas ucranianas com incessantes raides aéreos em todo o país.
Um ataque de mísseis russo matou hoje três pessoas e feriu outras duas, todas pertencentes ao Comité Internacional da Cruz Vermelha.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
Lusa