“Querem intimidar-nos para que não comuniquemos porque, se estivéssemos isolados, seríamos muito mais fracos. E isso não vai acontecer (…) o medo não nos vai paralisar e não vamos sair das ruas”, garantiu Maria Corina Machado, numa gravação publicada nas redes sociais.
Machado denunciou Maduro – que nos últimos dias pediu para a população deixar de usar a aplicação ‘Whatsapp’ e afirmou que as redes sociais ‘TikTok’ e ‘Instagram’ são multiplicadores de ódio – por tentar intimidar os venezuelanos de se comunicarem, após uma onda de protestos “contra a fraude” que provocou 13 mortos e mais de dois mil presos.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.
María Corina Machado garantiu que no país “surgiu uma verdade que ninguém pode mudar: González Urrutia é o presidente eleito da Venezuela”.
“Temos de defender essa verdade e afirmar a nossa vontade imparável. Ninguém disse que isto seria fácil, mas que fique bem claro: não há volta a dar, isto é irreversível e é até ao fim”, sublinhou.
A responsável referiu que os apoiantes da alegação de fraude eleitoral – como a maior aliança anti-Chávez, a Plataforma Democrática Unida (PUD) – entraram na quinta fase de uma luta.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não publicou – como exigido por lei – as atas que certificam a vitória de Maduro, alegando que o seu sistema informático sofreu um ciberataque.
A oposição acredita que se trata de uma manobra para não revelar os verdadeiros resultados e publicou as atas de cada posto de votação.
Segundo estes documentos – cuja validade é rejeitada por Maduro -, Gonzalez Urrutia venceu a votação com 67% dos votos.
Lusa