"O Governo do Chile suspenderá indefinidamente a sua participação como acompanhante do diálogo Governo-oposição venezuelana, para que foi convidado, se não se concretizarem, rapidamente, as condições entre as partes para a realização de eleições presidenciais democráticas, transparentes e conforme com padrões internacionais", explicam os chilenos, em comunicado.
O documento, divulgado pelo Ministério de Relações Exteriores do Chile, começa por fazer referência "à incerteza do processo de diálogo", que tem decorrido na República Dominicana, e a "obstáculos surgidos para conseguir um acordo série e credível entre as partes, que possibilite a realização de eleições presidenciais livres e democráticas".
"A última ronda prolongou-se vários dias, tendo como resultado uma ata de acordos que não inclui uma data para as eleições e outros aspetos importantes, decisões que dependme exclusivamente dos próprios venezuelanos", explica.
No comunicado, o Chile diz ter participado como acompanhante do diálogo, "buscando que as eleições presidenciais se desenvolvam com plenas garantias, incluindo a presença de observadores internacionais independentes".
Por outro lado, o Chile "reconhece e valoriza altamente o esforço liderado pelo Presidente Danilo Medina, da República Dominicana e o seu ‘chanceler’ (responsável pelas Relações Exteriores) Miguel Vargas", com quem garante manter "uma permanente e construtiva comunicação".
Representantes do Governo venezuelano e da oposição terminaram quarta-feira, na República Dominicana, sem acordo, uma reunião de três dias, prevendo retomar as negociações na próxima segunda-feira.
Segundo o Presidente da República Dominicana, Danilo Medina, ficaram "assuntos pendentes que têm que ser debatidos em Caracas", antes da próxima reunião, tendo ambas delegações assinado "uma ata com avanços na agenda do diálogo", da qual há apenas um exemplar. que ficou à sua guarda.
Entretanto, o Presidente da Venezuela assegurou, quarta-feira, que ambas delegações assinaram "uma ata privada" de pré-acordos, à qual ele próprio fez algumas "correções", estimando que em 72 horas seja assinado um acordo entre as partes.
Segundo Jorge Rodríguez, chefe da delegação do regime, terá sido assinado antes um pré-acordo com a oposição, "que desmontará as ânsias belicistas contra a Venezuela, dentro e fora do país".
Apesar dos anúncios, o porta-voz da oposição, Júlio Borges, do partido Primeiro Justiça, anunciou que "há muitos temas importantes que falta trabalhar para chegar, possivelmente, ao resultado final de um acordo pela paz e pelo progresso da Venezuela".
"Não se assinou nenhum pré-acordo, nem há pré-acordo", disse aos jornalistas.
LUSA