“Miguel Albuquerque não tem condições políticas, nem éticas, para liderar o governo da Região Autónoma da Madeira. É arguido num processo judicial que o implica em redes tentaculares de influência e jogos de interesses, que não podem existir na governação, nem, muito menos, serem premiadas com o silêncio ou com a complacência parlamentar”, afirma o presidente do Chega/Madeira e líder parlamentar, Miguel Castro, citado numa nota enviada às redações.
O partido “rejeita quaisquer responsabilidades nos cenários que possam advir de um eventual chumbo do Programa de Governo”, defendendo que a culpa é do “PSD/Madeira por insistir num candidato que já sabia não recolher o apoio da maioria dos partidos com representação parlamentar”.
“Se houver instabilidade a culpa é totalmente do PSD, que insistiu num arguido como presidente. Sabem, há muito tempo, que o Chega não apoia Albuquerque, pois é isso que andamos a dizer há meses. Não venham agora pedir ao Chega que abdique da sua palavra só para que o PSD possa manter tudo como está e continuar a alimentar as redes de compadrio que asfixiam a Madeira”, reforça Miguel Castro.
O líder da estrutura regional do partido, que viabilizou a eleição do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues (CDS-PP), que só foi eleito à terceira, refere ainda que o voto contra o Programa de Governo “nada tem a ver” com essa votação.
Miguel Castro explica que o Chega viabilizou a eleição do presidente do parlamento madeirense “por se tratar de um candidato de um partido de direita” e que a luta do seu partido “não é contra a direita, mas contra a corrupção”.
O PSD venceu as regionais antecipadas, em 26 de maio, com a eleição de 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta.
O PS elegeu 11 deputados, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.
O PSD firmou um acordo parlamentar com os centristas após as eleições, ficando ainda assim aquém da maioria absoluta.
As eleições antecipadas na Madeira ocorreram oito meses após as anteriores legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Albuquerque foi constituído arguido.
Lusa