O governante madeirense falava na cerimónia de entrega de prémios às Bordadeiras de Casa, que decorreu no Instituto do Vinho, Bordado e Artesanato, onde salientou que este é um "setor com futuro na Madeira" e está a "sofrer uma mudança radical".
"Vamos criar uma fundação internacional para que este produto seja encarado nos mercados globais" como de "alta qualificação", disse.
Miguel Albuquerque complementou que está a ser efetuada uma "aposta na qualificação deste como produto de excelência da Região Autónoma da Madeira".
No seu entender, "só através deste processo de qualificação" será possível tornar o Bordado da Madeira num "produto de prestígio a nível a internacional e garantir a sobrevivência do setor".
O chefe do executivo regional argumentou que "este setor, sendo um produto de trabalho manual, envelhecido, obriga a que tenha preço alto e seja diferente do que era no passado".
Por isso, reforçou ser preciso "prestigiá-lo, qualificá-lo, promovê-lo como um produto singular da Madeira, fruto de um trabalho artístico das profissionais que só com esta qualificação pode ter um preço mais alto".
"Queremos que bordado seja incorporado na moda, no design, na modernidade", sublinhou.
Miguel Albuquerque ainda defendeu ser necessário "aprender" e evitar os erros do passado, acrescentando que as bordadeiras precisam ter "melhores condições, que o seu produto seja prestigiado e reconhecido como um produto único, singular, apto a ter um preço consentâneo com o trabalho que dá às pessoas".
O responsável do governo do arquipélago recordou que o Bordado da Madeira "é um produto que obriga a muito trabalho, a longas horas de labor".
"Por conseguinte, temos todos de trabalhar em conjunto para que o Bordado da Madeira seja um produto de alto prestígio a nível internacional", sustentou
Também referiu que, este ano, foi possível atingir "um acordo da subida de 2%" no valor pago às bordadeiras, o que "é superior ao valor da inflação".
"Mas, neste momento, o futuro passa por uma aposta de produção do bordado como produto de excelência", declarou Miguel Albuquerque, agradecendo o empenho e esforço das bordadeiras, dos industriais e do sindicato representativo do setor.
Ao início da tarde, o governante também marcou presença na entrega de donativos na ordem dos 300 mil euros, ao abrigo do Programa de Recuperação de Imóveis Degradados (PRID), destinados as famílias que perderam as suas casas nos incêndios de agosto de 2016.
"Foi uma grande provação que todos sofreram, mas temos que olhar com otimismo", afirmou.
LUSA