Portugal foi o país europeu que registou o maior aumento de novos estudantes universitários no Reino Unido este ano letivo, apesar de, na generalidade, as universidades britânicas terem recebido menos candidatos europeus, indicam números oficiais divulgados hoje.
O número de estudantes portugueses é de 1.200 no ano letivo 2017/18, mais 230 (24%) do que em 2016/17, quando foram matriculados 970 estudantes portugueses, de acordo com o capítulo sobre a origem dos alunos universitários divulgado hoje pelo Serviço de Admissão às Universidades e Colégios (UCAS na sigla inglesa).
O número de candidatos portugueses tem vindo a aumentar gradualmente nos últimos anos: 36% de 2014/15 para 2015/16 e 21% de 2015/16 para 2016/17.
Além de Portugal, registaram-se aumentos significativos em estudantes da Lituânia (mais 12%), Polónia (mais 6%) e Espanha (mais 5%).
Todavia, o número de vagas preenchidas por candidatos da maioria dos países europeus diminuiu em 2017: no total, foram aceites 30.700 candidatos domiciliados na UE (excluindo o Reino Unido), menos 650 do que em 2016, uma queda de 2%, a primeira desde 2012.
França, Itália, Espanha, Polónia e Roménia são os países europeus que mais estudantes inscreveram em setembro em universidades britânicas, enquanto Portugal ocupa o 11º. lugar nesta lista, atrás da Suíça e acima da Suécia.
Desde 2012, o número de portugueses matriculados nas universidades britânicas triplicou, enquanto o número de alunos de Espanha, Polónia e República Checa duplicou.
Os estudantes europeus têm apenas mais o ano letivo de 2018/19 de acesso garantido a cursos de licenciatura e mestrado em igualdade de circunstâncias aos nacionais britânicos, incluindo a elegibilidade para empréstimos e bolsas de financiamento endossadas pelo governo britânico.
Estas bolsas cobrem a 100% as propinas universitárias, que podem chegar a 9.250 libras anuais (11.470 euros), inferiores às propinas cobradas aos estudantes extra-comunitários, que podem chegar às 35 mil libras (40.000 euros).
Os ‘Tuition Fees Loans’ são empréstimos que cobrem a totalidade do custo das propinas e são pagos diretamente à instituição de ensino, devendo apenas ser reembolsados após o final do curso, quando o salário mensal estiver acima das 1.750 libras (1.981 euros).
O governo britânico oferece também ‘Maintenance Loans’ para cobrir despesas de subsistência, embora estes empréstimos, que também têm de ser reembolsados, possam depender do rendimento familiar.
Entretanto, o governo escocês anunciou a isenção de propinas para os estudantes europeus no ano letivo 2018/19, porém mantém-se incerta a continuidade desta medida no futuro, bem como que tipo de condições serão oferecidas nas restantes universidades britânicas após 2019.
O Reino Unido deverá oficializar a sua saída da União Europeia a 30 de março de 2019, dois anos após a ativação do artigo 50º. do Tratado de Lisboa.
No relatório conjunto sobre o progresso das negociações entre o governo britânico e Bruxelas, publicado na sexta-feira, era feita apenas uma referência a uma promessa de se oferecer "direitos iguais" aos estudantes, a par dos trabalhadores, mas sem acrescentar detalhes.
LUSA