"Achamos bem reequacionar a questão e a decisão será sempre técnica e não política", afirmou o responsável, no decurso de uma audição na Comissão de Economia, Finanças e Turismo da Assembleia Legislativa da Madeira sobre a "Avaliação da Operacionalidade do Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo".
A infraestrutura é a única do país em que os limites de vento, fixados em 1964, são mandatórios e não recomendados, mas a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) já iniciou um estudo para avaliar a possibilidade de alterar a situação, que este ano já afetou mais de 700 voos.
Luís Ribeiro explicou aos deputados que quem primeiro levantou a questão foi o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, sendo que a ANAC decidiu "estudar o assunto", considerando a evolução tecnológica ocorrida nos últimos anos.
"O nosso objetivo é ver se os limites são para manter ou para alterar", disse, realçando, no entanto, tratar-se de um trabalho que "vai necessitar de algum tempo" até à sua conclusão.
O responsável afirmou que a decisão final será tomada com base nas "indicações técnicas" do estudo, que envolve diversas entidades do setor, e será da inteira responsabilidade da ANAC.
"Não seremos afetados por questões políticas", disse, salientado, por outro lado, que em todo o processo de reequacionamento dos limites de vento no Aeroporto da Madeira o "foco principal" será sempre a segurança da operação.
Luís Ribeiro explicou, também, que os limites de vento não estão relacionados com a dimensão da pista nem com a sua orientação, mas com a turbulência registada ao nível das cabeceiras, diretamente relacionada com a orografia do território, pelo que o "cariz mandatório" vai manter-se, mesmo que os limites sejam alterados.
A Comissão Parlamentar de Economia, Finanças e Turismo, presidida pelo social-democrata Carlos Rodrigues, ouviu também dois representantes da Associação Portuguesa dos Técnicos de Telecomunicações Aeronáuticas – Leonardo Pires e Nuno Rodrigues -, segundo os quais os equipamentos instalados na região autónoma são "bons e acima da média nacional".
Nuno Rodrigues vincou, no entanto, que ao nível meteorológico era possível "melhorar a informação" prestada aos pilotos com recurso a outro tipo de equipamento.
LUSA