“O financiamento da RTP que tanto incomoda muitos analistas do setor está congelado desde 2016 e a RTP tem uma missão de serviço público que contempla a existência de oito canais de televisão e sete canais de rádio e para fazer a produção diária” destes “é necessário dinheiro e é para isso que o dinheiro público serve”, afirmou Nicolau Santos, no debate Estado da Nação dos Media, no âmbito do 33.º Congresso das Comunicações, que termina hoje em Lisboa.
O contrato de concessão “tem de ser renovado pelo novo Governo” e esse irá decidir se a RTP deve fazer o menos, continuar com o que faz ou eventualmente ter mais obrigações, referiu, ou seja, “está tudo em aberto”.
Nicolau Santos recusou “totalmente a ideia” de que a RTP coloque dificuldades aos operadores privados no âmbito da concorrência publicitária, até porque “parte atrás”, já que tem um limite.
Durante a sua intervenção, Nicolau Santos elencou os vários compromissos que a RTP tem face aos privados.
A entrada de um novo operador de canais de informação por cabo ” vem disputar a atenção das audiêcnias e vem criar desafios” que pode ser oportunidades ou fatores de crise.
Sobre o setor, salientou que é preciso “reconhecer em primeiro que existe uma grave crise no setor dos media em Portugal”.
Uma “grave crise de sustentabilidade” e “ameaças várias que podem ainda colocar ainda mais em causa essa sustentabilidade. Se isso for assim e se for entendido que a existência da uma imprensa livre, plural é fundamental e um dos pilares da democracia portuguesa”, então “o Estado” tem de apoiar “o setor privado em Portugal”, considerou.
Nicolau Santos falou também das plataformas de ‘streaming’, considerando que não existe “capacidade de fazer uma negociação” com estas em que o resultado “venha para o lado” das empresas de media. Por exemplo, “tivemos a série Rabo de Peixe na Netflix e não nos caíram milhões daí”, rematou.
A opção “tem que ser ao nível das instâncias comunitárias com o apoio dos governos europeus” e uma negociação frontal e dura para que estas grandes plataformas, que são na sua maioria de origem norte-americana, recompensarem os produtores de conteúdos europeus.
Reiterou a ideia de que se os operadores de televisão se juntassem teriam mais força no ‘streaming'”.
Lusa