A presidente do Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira (IVBAM), Paula Duarte, anunciou hoje que é intenção deste instituto fomentar a produção de vime, enquanto forma de artesanato tradicional.
A ideia é "incentivar a produção de vime", uniformizando-a, uma vez que a produção tradicional "não parece ser a mais adequada para as novas tendências", explicou Paula Duarte.
Num projeto comum entre Madeira, Canárias, Cabo Verde e Açores, o IVBAM vai tentar "incentivar" a produção do vime, através da formação de novos artesãos que o queiram trabalhar, "porque provavelmente é uma arte que tende a se perder", num projeto a ser posto em prática apenas em 2018 que juntará também a secretaria regional da Agricultura da Madeira.
O vime é um produto tradicional da Camacha, freguesia de Santa Cruz, que remonta ao início do século XIX, onde depois de descascado e seco, passa por ser fervido, de forma a conferir-lhe alguma elasticidade para ser trabalhado. Entre os principais produtos destacam-se aqueles com utilidade para o lar.
A presidente do IVBAM lamentou que atualmente o artesanato saído de um setor, que já foi pujante na Madeira, tenha entrado em declínio, contribuindo para isso a idade e algum desinteresse.
"Queria que houvessem mais jovens no artesanato tradicional como o trabalhar dos vimes e do bordado Madeira, já que ainda é elaborado por pessoas já com um nível etário elevado, mas temos procurado cada vez mais incentivar esses saberes a camadas mais jovens", disse.
Para colmatar esta e outras possíveis falhas no artesanato regional, hoje estiveram reunidos 74 artesãos num primeiro seminário feito em parceria com o Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património.
O objetivo esteve centrado na inovação, na valorização do artesanato na região, ao mesmo tempo que se pretendeu criar "estímulos nos artesãos, quer no artesanato tradicional ou contemporâneo".
LUSA