O presidente do Marítimo, Carlos Pereira, defendeu ontem que as partidas da Taça de Portugal de futebol devem ser realizadas no local indicado no sorteio para levar a competição a todo o país.
"Devia ser onde ditou o sorteio. Os concelhos mais pequenos também são merecedores da presença dos clubes grandes nesses mesmos concelhos. Temos de fazer de tudo para dar satisfação a essas pessoas, que estão muitas vezes vedadas desse espetáculo que podemos presenciar", afirmou à agência Lusa, à margem da apresentação do Rali do Marítimo em Machico.
Na terceira eliminatória da prova, o Benfica defrontou o Olhanense no Estádio do Algarve, em detrimento do José Arcanjo, em Olhão, enquanto o FC Porto acabou por medir forças com o Lusitano de Évora no Restelo, o que mereceu o reparo do presidente dos insulares.
"O futebol é um evento que queremos que seja dignificado e ele é tanto dignificado no interior, no sul, nas ilhas. Não é pelo Benfica, o FC Porto ou o Sporting jogar num terreno menos próprio ou mesmo num sintético que deve reclamar. Deve sim tratar da melhor forma para que essa prova seja levada aos concelhos mais pequenos do país", vincou.
E por falar em terrenos menos próprios, Carlos Pereira falou sobre a polémica feita em torno do relvado do Estádio do Marítimo no mês de setembro, quando o Estoril-Praia, Rio Ave e Desportivo das Aves se queixaram das condições do campo no Funchal.
"Só se ouviu falar sempre após os jogos e nunca antes. Toda a imagem criada não correspondeu à realidade daquilo que é o relvado do Estádio dos Barreiros que, não estando nas melhores condições, não estava em péssimas condições. Só reclama quem perde e só explica quem perde", comentou, acrescentando que foi feito "muito ruído sem qualquer fundamento".
Críticas não construtivas passam ao lado de Carlos Pereira, assegurou o líder ‘verde rubro’, que considera que as normas não são para serem manipuladas e falou sobre o último jogo realizado nos Barreiros, no qual o Marítimo empatou com o Benfica a uma bola.
"As regras do jogo não devem ser feitas em função do nível de influência de cada uma das instituições. Curiosamente, o Benfica, com mais poder, foi preparado a tempo e como teve o cuidado de presenciar atempadamente, não reclamou, mesmo tendo empatado", destacou.
Questionado sobre a expulsão do extremo maritimista Ricardo Valente por alegados gestos para o público, no jogo com o Torcatense, para a Taça de Portugal, Carlos Pereira lembrou que não esteve presente no jogo em São Torcato embora tenha deixado um comentário.
"Os gestos devem ser presenciados pelas equipas de arbitragem. Parece-me que, por aquilo que me foi transmitido, não houve reclamação. Houve um único elemento, intencional ou não, que achou de transmitir à equipa de arbitragem, que entendeu como boa. Depois de escrito, é quase irreversível. Os atletas têm que ter cuidado com aquilo que fazem e dizem porque, depois, os regulamentos internos também são penalizadores para eles", referiu.
LUSA