100%
Volume
00:00
Partilhar - Costa salienta ato eleitoral em clima favorável ao populismo com dúvidas judiciais (vídeo) | RTP Madeira
Foto: ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Costa salienta ato eleitoral em clima favorável ao populismo com dúvidas judiciais (vídeo)

O primeiro-ministro cessante apontou hoje que as eleições legislativas convocadas pelo Presidente da República realizaram-se após um período de elevada inflação e num clima de %u201Csobressalto%u201D, com dúvidas judiciais, favorável ao populismo político.

Esta posição sobre as eleições legislativas, em que se regista uma subida significativa do Chega, foi transmitida por António Costa à chegada ao hotel onde a direção do PS está a acompanhar a evolução dos resultados.

Interrogado sobre as causas da subida acentuada do Chega face às legislativas de 2022, o ex-líder socialista disse que se impõe %u201Ccompreender o que esse crescimento do Chega tem de estrutural e de conjuntural%u201D.

António Costa apontou então que estas eleições se realizaram num quadro conjuntural %u201Cabsolutamente atípico%u201D.

%u201CTodos temos a noção que estas eleições ocorreram depois de dois anos de uma crise inflacionista como o país não via há 30 anos, que foi dura para as famílias e acompanhada por uma brutal subida das taxas de juro %u2013 e a nossa capacidade de resposta manifestamente não foi suficiente. Criou um mau estar geral%u201D, assumiu.

Depois, referiu-se às prováveis causas conjunturais do voto %u201Cde protesto%u201D no Chega.

%u201CEstas eleições ocorreram num clima de sobressalto, de dúvidas judiciais por esclarecer, o que cria um caldo de cultura próprio para o populismo. Os próximos tempos, com serenidade e com tempo, permitirão apurar aquilo que a subida do Chega tem de voto estrutural – e representa uma mudança de fundo na sociedade de portuguesa – e o que tem de voto de protesto perante uma conjuntura que desejamos que rapidamente se esclareça%u201D, afirmou.

Em relação ao papel desempenhado pelo Presidente da República, referiu que o Governo foi chamado %u201Ca exame%u201D quando ainda não tinha concluído dois anos de mandato.

%u201CÉ manifesto que um grande número de eleitores que votou no PS, em mim, agora não votou%u201D, mas recusou-se a comentar a atuação do chefe de Estado, designadamente em matéria de cenários eleitorais.

António Costa sorriu, dizendo que os jornalistas tentam %u201Chá quase oito anos%u201D que comente %u201Cas palavras diretas, indiretas ou os silêncios do Presidente da República%u201D, mas nunca o fez.

%u201CNão comento nem as palavras, nem os passeios, nem os silêncios, nem as fontes de Belém que o próprio já disse que é ele. Não faço qualquer comentário e não vou quebrar essa regra%u201D, acentuou.

Questionado se espera que as dúvidas sobre a sua ação no âmbito da %u201COperação Influencer%u201D se esclareçam ainda a tempo de se candidatar nas eleições europeias, António Costa disse que ninguém da justiça ainda falou consigo e que, pela sua parte, não fala da justiça a partir da comunicação social.

%u201CQuando a justiça quiser falar comigo sobre esse assunto, sabe onde estou, pode telefonar, escrever ou visitar-me. Estou às ordens da justiça, mas não falo com a justiça através da comunicação social%u201D, disse.

Antes de deixar uma crítica: %u201CNum estado de Direito, há um espaço para cada matéria: Para o debate político, é o espaço mediático; para a justiça, é no tribunal. E não posso falar sobre um processo que desconheço em absoluto%u201D, alegou o primeiro-ministro cessante.

Interrogado se o PS deve viabilizar um Governo minoritário do PSD, recusou-se a %u201Copinar%u201D sobre essa matéria, alegando ser agora militante de base e essa resposta competir ao secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, mas reconheceu que os socialistas ficaram %u201Caquém%u201D dos seus objetivos, mas também as sondagens erraram.

%u201CComo costuma dizer o Pedro Nuno Santos, quando o PS perder perdemos todos. Mas se é preciso algum responsável estou cá eu para assumir. Como tive já oportunidade de dizer, nenhum secretário-geral do PS que entrasse em funções naquela circunstância tinha a obrigação de ganhar as eleições%u201D, respondeu.

Lusa