O parlamento da Madeira discutiu hoje um voto de protesto pelo agravamento da situação de instabilidade e insegurança na Venezuela, apelando a que as autoridades venezuelanas permitam "a atuação das organizações internacionais de ajuda humanitária" às populações.
No voto de protesto, apresentado pelos deputados regionais centristas e que só será votado na quinta-feira, o partido condena a "perturbação da ordem democrática, com consequências terríveis para o povo venezuelano e para a comunidade portuguesa residente naquele país".
Também se recomenda às autoridades da Venezuela "conter a violência e a respeitar os direitos da oposição democrática, restituindo a ordem institucional" naquele país.
O deputado do PSD Adolfo Brazão considerou que "a democracia na Venezuela está morta" e que "a via diplomática terá de ser adotada" nesta situação.
Vítor Freitas (PS) opinou que "enquanto os militares não mudarem de lado" neste conflito os problemas vão manter-se, sustentando que devem "continuar as pressões internacionais".
O socialista salientou que todos os dias chegam emigrantes à Madeira, região representada por uma significativa comunidade na Venezuela.
Por seu turno, o deputado Carlos Costa (Juntos Pelo Povo) disse que "a revolução bolivariana falhou" e o "regime caducou" na Venezuela, vivendo-se agora "situação crítica, um clima de incerteza", com "uma inflação galopante, miséria, fome, pobreza e morte".
O deputado do BE Roberto Almada argumentou que "não há socialismo sem liberdade", nem "democracia quando se violam direitos humanos fundamentais, seja na Venezuela, Angola ou Catalunha".
Ricardo Lume (PCP) declarou que "as manifestações da oposição não são nada pacíficas" naquele país, criticando a "sabotagem económica que penaliza o povo venezuelano" como forma de tornar "a queda mais rápida de Nicolás Maduro".
No seu entender, o mais importante é os Governos da República e Regional da Madeira "tomarem medidas para apoiar os emigrantes".
Quanto a Raquel Coelho (PTP), realçou que a situação na Venezuela deve ser "sanada o mais rapidamente possível pela via democrática".
"Não queremos guerra civil", disse a deputada trabalhista, vincando que "mais do que votos de protesto que nada vão ajudar" é necessário implementar um programa visando uma "melhor integração de emigrantes".
Também para o deputado independente (ex-PND) Gil Canha é necessário um "plano de contingência para receber os emigrantes". Ainda assim, sublinhou, "ainda pior que a situação da Venezuela foi o colapso do Banif e do BES".
O parlamento madeirense também discutiu hoje um voto de pesar pela morte de um dos fundadores do PSD/Madeira, o empresário e banqueiro Henrique Abrantes.
A Assembleia Legislativa da Madeira, que reúne em plenário pela primeira vez depois das férias e das eleições autárquicas, fez um minuto de silêncio pelas vítimas da queda de uma árvore de grande porte na freguesia do Monte, a 15 de agosto, durante a maior festa popular da ilha, que provocou 13 mortos.
LUSA