"(Balanço) muito positivo, como é evidente. Cheguei no dia 22 de setembro cá, logo a seguir com um jogo, dois treinos e uma vitória (frente ao Tondela) a arrancar e longe de perspetivar aquilo que aconteceu durante um ano", começou por dizer, à margem da comemoração dos 107 anos do clube madeirense.
O técnico chegou ao Marítimo, proveniente do Santa Clara, logo após a quinta jornada da época passada, para o lugar do brasileiro Paulo César Gusmão, quando os insulares estavam no 17.ª e penúltima posição e acabou no sexto lugar, que deu a nona qualificação da história do clube para as competições europeias.
A juntar a isso, a equipa nunca mais perdeu para o campeonato em casa, somando uma série já de 19 partidas sempre a pontuar.
"Conseguimos no campeonato fazer uma prestação bem positiva e, a determinado momento na época passada, deparámos que era possível atingir o sexto lugar, que podia dar para as competições europeias. Uma equipa competente, conhecida pela sua humildade, capacidade de trabalho, organização e nada melhor que conseguir o sexto lugar almejado por nós. Terminámos a época em grande euforia", lembrou.
Esta temporada começou ainda melhor, com o Marítimo a vencer cinco das primeiras seis jornadas, conseguindo o melhor arranque de sempre no campeonato, o que lhe garante o terceiro lugar, à frente do Benfica, e apenas atrás de FC Porto e Sporting, embora isso não mude a maneira de estar dos ‘verde rubros’.
"Não posso pensar de outra forma. À sexta jornada, chegar hoje e dizer outra coisa que não seja manter o rumo, os objetivos e os pés bem assentes no chão, acho que seria estar a fugir e a jogar em mim próprio contra a equipa. Todos sabemos que temos de dar continuidade. Isto não é como começa, é como acaba e temos de continuar a ser exigentes", respondeu.
Daniel Ramos reconhece que o trajeto ascendente lhe tem trazido reconhecimento, mas permanece com os pés assentes na terra e com uma atitude humilde.
"(Treinador do momento?) Talvez um dos. Sinto que o terceiro lugar e o percurso da época passada me estão a dar notoriedade, o que é bom, porque também queremos isso na nossa carreira, no nosso futuro, para os nossos jogadores, para a equipa técnica, para o clube, é uma imagem favorecida e fortalecida para a minha vida pessoal e para a minha carreira de treinador. Não podemos achar que está tudo feito e que não há mais a ganhar. É continuar a progredir e a melhorar", comentou o técnico de 46 anos.
Chegou a receber convites para sair no final da época passada, contudo acabou por ficar na Madeira. Focado e motivado em continuar no Marítimo, Daniel Ramos colocou o futuro em aberto e abordou os cenários que o levaria a mudar de ares.
"Outras portas? Iremos ver. Se for portas boas, de sucesso, para que o meu futuro seja bom, porque não? Todos nós, enquanto profissionais, queremos isso. Se sair, só dois cenários são possíveis para mim. Ou em Portugal, para um clube que me proporcione ainda mais ambições, objetivos mais altos ou na Europa. Neste momento, não penso em mais nada que não seja estas duas possibilidades", referiu, considerando que tudo irá acontecer "no momento certo" e que não está "desejoso" de sair.
LUSA