Numa conferência de imprensa realizada em Dublin, sede da companhia aérea, O’Leary pediu desculpas aos milhares de passageiros que serão afetados por esta medida, mas insistiu que apenas serão afetados 2% de todos os voos da companhia, líder na Europa no setor ‘low cost’ (baixo custo).
"Não temos falta de pilotos. Houve uma falha na distribuição das férias e não temos uma reserva de pessoal suficiente para enfrentar os transtornos sofridos, como os provocados por controladores ou pela climatologia", explicou o dirigente.
Segundo O’Leary, faltam pilotos e pessoal de cabine para substituir os que estão de férias em setembro e outubro ou para substituir as equipas de voo que ficam retidas, como aconteceu em Barcelona no passado fim de semana, devido a "uma tempestade".
Neste contexto, "temos que suspender cerca de 50 voos" diários durante as próximas seis semanas, "enquanto temos estes problemas" com o pessoal, para corrigir a pontualidade, apontou, citado pela agência Efe.
Num curto comunicado divulgado na sexta-feira, a companhia disse que iria cancelar 40 a 50 voos por dia a partir dessa data e até ao fim de outubro, ou seja, a anulação de 2.000 voos no total.
O’Leary indicou que a companhia vai publicar hoje uma lista completa dos voos cancelados nestas seis semanas, até ao final de outubro, mas referiu que a maioria dos cancelamentos vai ocorrer em rotas "muito concorridas" onde podem ser oferecidas aos passageiros várias alternativas.
"Enviaremos emails a todos os nossos clientes hoje à tarde e vamos fazer atualizações nas redes sociais", acrescentou o presidente da Ryanair, reconhecendo que além de oferecer alternativas, deverá pagar indemnizações avaliadas em 20 milhões de euros.
A Comissão Reguladora da Aviação Irlandesa indicou hoje em comunicado que a companhia aérea "pode oferecer aos passageiros transporte similar até ao destino final se não houver voos alternativos disponíveis na companhia".
Em relação a compensações económicas, o gabinete europeu do consumidor em Dublin afirmou que as companhias aéreas podem evitá-las se demonstrarem que os voos foram cancelados por circunstâncias extraordinárias ou alheias ao seu controlo, o que não é o caso da Ryanair.
Segundo a AFP, desde o início do ano, 140 pilotos deixaram a Ryanair para integrar a companhia de baixo custo Norwegian Air.
A ações da Ryanair baixaram 1,93% para 16,74 euros na Bolsa de Dublin e o líder da empresa reconheceu que este caso pode ter um impacto negativo de 25 milhões de euros nas contas.
LUSA