O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que o seu Governo preparou várias medidas para defender o país de um eventual bloqueio comercial, petrolífero e financeiro dos Estados Unidos da América (EUA).
"Tenho preparado um conjunto de decisões e medidas para defender (o país) do bloqueio comercial, petrolífero e financeiro que decretará Donald Trump contra a Venezuela. Estamos preparados", disse.
O anúncio foi feito num encontro de mais de três horas com a imprensa internacional, que decorreu no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, durante o qual o governante disse contar com "o apoio decidido" de todo o povo venezuelano "e dos governos e povos do mundo, porque ninguém afogará nem cercará a Venezuela".
"As medidas que preparam os EUA são para castigar a Venezuela, mas eu vou defender o país das ameaças", frisou.
Segundo Nicolás Maduro, uma sondagem dá conta de que 86% da população está contra uma invasão militar norte-americana, enquanto a oposição "saiu a santificar essa ameaça e a solicitar o bloqueio económico e financeiro contra a Venezuela".
"Afortunadamente, agora temos a Assembleia Constituinte. Já não temos, nacionalmente, nenhum tipo de impedimento legal como nos impunha o velho parlamento burguês […], de sabotagem permanente, de travagens, de bloqueios económicos", disse.
De acordo com o Presidente, a Assembleia Constituinte (AC) "vai acompanhar e ter um papel chave nos anúncios e ações" desenvolvidas proximamente, e com a sua constituição não há impedimentos à preservação da paz no país perante ataques internacionais: "Foi a jogada perfeita".
"A Constituinte deve começar o processo de recuperação económica e combater a inflação induzida", disse, recordando que a este órgão tem "plenos poderes" e que os funcionários ‘chavistas’ que se se desvincularam do regime devem ser tratados "com contundência legal".
"E para isso estão (em funções) os ‘constituintes’ (membros da AC)", sublinhou.
Maduro assegurou que em 2018 a Venezuela terá eleições presidenciais e que, uma vez que a AC termine de redigir a nova Constituição, submeterá a proposta a um "referendo consultivo".
"No próximo ano, por esta data, estaremos em campanha presidencial. Vamos ganhar as eleições, porque não vamos oferecer o poder político à oligarquia", disse.
Nicolás Maduro anunciou que na próxima semana haverá uma reunião preparatória de uma cimeira mundial de solidariedade para com a Venezuela e que prevê encontrar-se proximamente com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
LUSA