Combatentes do partido-milícia xiita dispararam esta tarde um número indeterminado de projéteis ‘Burkan’ contra o posto militar israelita de Hadab al Bustan, onde alguns impactaram “de forma direta”, segundo informou o Hezbollah em comunicado.
O líder do poderoso grupo xiita libanês, Hassan Nasrallah, anunciou em finais de 2023 a inclusão destes projéteis no seu arsenal operativo e afirmou que têm capacidade para transportar ogivas de até meia tonelada, apesar de até ao momento terem sido utilizadas de forma limitada no sul do Líbano.
As seis ações desencadeadas na terça-feira contra Israel foram dirigidas a postos militares, grupos de soldados e às proximidades de um colonato, indicou a formação libanesa.
Na maioria dos ataques foram utilizados mísseis, precisou o movimento xiita.
O Hezbollah e Israel estão envolvidos desde 08 de outubro, um dia após o início da mais recente guerra em Gaza, num intenso fogo cruzado através da fronteira comum.
Ainda hoje, o chefe do comando norte do Exército israelita, Ori Gordin, assegurou que desde o início das hostilidades já atacaram mais de 150 “esquadrões” da formação libanesa e garantiu que as suas forças estão “mais preparadas do que nunca” para uma potencial ofensiva militar no sul do Líbano.
O gradual recrudescimento da violência suscita receios de uma guerra aberta entra as duas partes, em particular após o ataque atribuído ao Estado judaico e que assassinou em 02 de janeiro um dos líderes do braço político do Hamas, Saleh Al-Arouri.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.
Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde 07 de outubro a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas cerca de 25.000 pessoas – na maioria mulheres, crianças e adolescentes – e feridas mais de 60 mil, também maioritariamente civis.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
Desde 07 de outubro, pelo menos 350 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.
Lusa