Nos 20 meses que passou na chefia do executivo, Borne levou a cabo a impopular revisão da lei das pensões (que aumentou a idade de aposentação) e a muito polémica lei da imigração.
Na carta de demissão endereçada ao chefe de Estado, Borne defendeu ser “mais que nunca necessário prosseguir as reformas” em França.
O seu futuro encontrava-se em suspenso nos últimos dias, com muitos elementos do círculo próximo de Macron a apostar numa grande remodelação após a sua saída.
Borne e a sua equipa assegurarão a gestão corrente até à nomeação do novo Governo.
A ex-autarca de 62 anos foi a segunda mulher a ocupar o cargo de chefe do executivo na história da República Francesa. Ultrapassou em muito o mandato (10 meses e 18 dias) da sua antecessora, Édith Cresson, nomeada há mais de 30 anos, em maio de 1991, pelo então Presidente, François Mitterrand.
Mas Élisabeth Borne, que tem reputação de ser uma “tecnocrata”, revelou dificuldade em criar uma ligação com os franceses e teve divergências com o chefe de Estado.
O jovem ministro da Educação, Gabriel Attal, é apontado como o favorito a suceder-lhe, indicou uma fonte próxima do executivo.
Aos 34 anos, tornar-se-ia assim o mais jovem primeiro-ministro da V República, batendo o recorde do socialista Laurent Fabius, nomeado aos 37 anos, em 1984.
A próxima remodelação governamental tem como objetivo dar um novo fôlego ao segundo mandato presidencial de Emmanuel Macron, que não tem maioria absoluta na Assembleia Nacional e enfrenta dificuldades, em particular a ascensão da extrema-direita.
Macron não poderá recandidatar-se em 2027.
Lusa