A Secretaria da Economia, Turismo e Cultura da Madeira convocou hoje uma reunião com representantes de diversas entidades visando a concertação de um plano para fazer face às situações de inoperacionalidade que ocorrem no aeroporto da Madeira.
"Foi uma reunião muto importante. Cada uma das entidades que esteve sentada à volta da mesa tem o seu plano de ação para uma circunstância como esta de inoperacionalidade que se verificou no aeroporto", disse o secretário regional da tutela, Eduardo Jesus, após o encontro.
O governante sublinhou que o objetivo é conseguir que desses planos individuais "resulte um plano integrado, com uma coordenação única", visando "a melhoria das condições no que diz respeito ao atendimento das pessoas, a capacidade de resposta para as soluções das pessoas e a informação que é gerada durante este período de inoperacionalidade".
Nesta reunião convocada pela secretaria regional estiveram presentes, entre outras entidades, representantes da ANA — Aeroportos de Portugal, a direção regional do Turismo, a Associação de Promoção da Madeira, a Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) e as várias mesas representativas (agências de viagens, hotelaria).
O aeroporto da Madeira — Cristiano Ronaldo esteve inoperacional desde o passado sábado (dia 5) e até dia 8 devido ao forte vento, tendo provocado o cancelamento de 143 voos, mais de 30 tiveram de divergir para outros destinos, o que afetou mais de 15 mil passageiros, recordou o responsável madeirense.
Eduardo Jesus destacou que apesar deste problema, "apenas 300 pessoas pernoitaram" no aeroporto da Madeira, para o que contribuiu a ação concertada entre as diversas entidades do setor envolvidas que tiveram a informação antecipada e delinearam diferentes planos.
"Daqui se retira uma conclusão: não andam a dormir aos milhares de pessoas no aeroporto e é bom que se desmistifique esta ideia e que não se repita mais circunstâncias que não correspondem à verdade e só perturbam a imagem da Madeira, sem necessidade nenhuma", sublinhou.
O secretário madeirense vincou que as várias entidades atuaram tendo sido delineado um plano que incluiu a utilização do aeroporto do Porto Santo, viagens extraordinárias do navio Lobo Marinho, a reprogramação de viagens pelas agências de viagens e os hoteleiros voltarem a receber os passageiros.
Eduardo Jesus considerou que este poderá ser o "modus operandi" para futuras situações semelhantes, aproveitando as capacidades disponíveis na região.
Anunciou que está prevista uma próxima reunião a 8 de setembro e que o plano integrado será delineado pela ANA, entidade que, entretanto, vai reunir individualmente com os diversos parceiros, após o que será marcada uma data para a apresentação do projeto.
O governante insular vincou que este é um "trabalho para ser feito o mais rápido possível", embora tenha "circunstâncias específicas".
Também considerou ser "prematuro" colocar-se a questão da construção de um novo aeroporto na ilha da Madeira, argumentando que "existem outras evoluções que têm de acontecer".
O responsável realçou que foi desencadeado um processo pela região há cerca de um ano visando a revisão do limite dos ventos para a operacionalidade nesta infraestrutura, alegando que aquele foi imposto na década de 1964.
"Os acontecimentos antes da década de 70 [dois acidentes aéreos] amarraram ainda mais essa ideia que o aeroporto da Madeira teria que ter limites que não podiam ser ultrapassados e que são impostos aos pilotos", declarou.
Eduardo Jesus salientou que as aeronaves são diferentes e mais evoluídas, os pilotos hoje estão melhor preparados e o próprio aeroporto tem outras capacidades, motivo pelo qual era preciso fazer com que a situação estivesse "cristalizada" e está em fase de estudo pelas entidades nacionais porque "há espaço para progressão".
LUSA