Humberto Vasconcelos falava numa audição parlamentar, solicitada pelo PSD (partido da maioria), na sequência de críticas feitas pela Associação de Produtores de Banana da Madeira (ABAMA) sobre o funcionamento da GESBA – Empresa de Gestão do Setor da Banana, criada pelo Governo Regional em 2008, responsável única pela receção e comercialização do produto.
"As críticas não têm razão de ser e visam apenas desestabilizar o setor", afirmou o governante, acusando, por outro lado, o presidente da Comissão Parlamentar de Recursos Naturais e Ambiente, Ricardo Vieira, do CDS-PP, de ser o "mentor" desse processo.
O deputado respondeu que as suas atividades políticas, profissionais e sociais são "transparentes" e esclareceu que, na qualidade de advogado, se um grupo de produtores de banana lhe pede ajuda técnica, naturalmente que a presta "sem qualquer prurido".
Uma das acusações que Humberto Vasconcelos negou foi que a GESBA tenha retido 50 milhões de euros de apoios comunitários devidos aos agricultores.
"Isso não é verdade. A GESBA não retém fundos, antes pelo contrário, paga aos agricultores aquilo que só recebe em ajudas da União Europeia no ano seguinte", afirmou, explicando que o setor beneficia de 8 milhões de euros anuais de ajuda comunitária para pagamento aos produtores.
O governante vincou, porém, que no total a empresa paga anualmente cerca de 13 milhões de euros aos cerca de 3.000 produtores de banana da Madeira.
"Neste momento, a maioria dos produtores está satisfeita com este modelo, porque conhecem a desestabilização que o setor atravessou no tempo das cooperativas", disse Humberto Vasconcelos, realçando, no entanto, que o modelo deve ser melhorado ao nível da investigação e do acompanhamento técnico.
A produção de banana na Madeira deverá atingir este ano as 21 mil toneladas, mais 900 do que em 2016, e destina-se em grande parte ao mercado português continental, onde representa apenas 10% do total do comércio deste fruto.
LUSA