“Trata-se de um património único e ímpar, que importa reabilitar, tendo sobretudo presente que a sua estrutura se encontra muito danificada”, explicou António Costa Moura, embaixador de Portugal em Moçambique, durante a assinatura de um conjunto de memorandos com o Ministério da Cultura e Turismo moçambicano, incluindo o acordo para a reabilitação da capela.
A capela, cujo projeto de reabilitação foi lançado em fevereiro deste ano, é património classificado, único exemplar de arquitetura manuelina em Moçambique, um edifício erguido em 1522 pela armada portuguesa a caminho da Índia e que está dentro do perímetro da fortaleza de São Sebastião.
Para a reabilitação daquele património, o Governo português e a Mota-Engil, que também será responsável pelas obras, vão desembolsar, cada, 500.000 euros, num projeto que deverá ser concluído até 2026, ano em que termina o atual programa de cooperação entre Portugal e Moçambique.
“Reiteramos os nossos profundos agradecimentos porque estamos diante de uma ação tão estruturante como é a reabilitação. O Ministério da Cultura e Turismo reconhece a importância da assinatura deste memorando”, declarou a ministra da cultura moçambicana, Edelvina Materula.
A Capela de Nossa Senhora do Baluarte é a construção de alvenaria mais antiga de toda a costa africana do oceano Índico, mais antigo edifício europeu hoje de pé, assente num banco de coral, mesmo à beira do mar.
O edifício resistiu a ataques contra a armada portuguesa, venceu ciclones, mas agora tem a base esventrada por cinco séculos de marés e o esqueleto corroído pelo salitre, impregnado pelo vento.
A Ilha de Moçambique foi declarada Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em 1991.
Lusa